Arrependimento pode salvar jovens envolvidos no ataque a Alcochete
Julgamento dos implicados começa hoje no Tribunal de Monsanto.
Foi uma tentativa da procuradora do Ministério Público durante o inquérito que algum dos arguidos falasse e contasse se o ataque de Alcochete foi encomendado por Mustafá (cabecilha da Juve Leo) e Bruno de Carvalho (ex-presidente do Sporting).
Todos se mantiveram em silêncio, o pacto aparentemente feito após 18 de maio do ano passado não trouxe frutos. Dos 44 arguidos, 36 ainda estão em prisão domiciliária.
Mustafá e Elton Camará estão na cadeia. Apenas quatro jovens, com menos de 18 anos, não têm medidas de coação. Fernando Mendes, ex-chefe da claque, é exceção. Está gravemente doente e, por isso, tem apenas termo de identidade e residência. Se alguém falar, tudo pode mudar. E só os primeiros que o fizerem ganharão um possível perdão da Justiça.
Esta segunda-feira, em Monsanto, no início do julgamento, já se irá perceber quais as estratégias de defesa. Bruno de Carvalho já anunciou que só falará no fim e aguardará pela produção de prova. Mustafá, por seu turno, poderá querer, desde já, abrir o livro.
Não seria a primeira vez que o faria. No julgamento de assaltos em que Paulo Pereira Cristóvão é coarguido, Mustafá assumiu-se como arrependido.
Pormenores
Arguidos dispensados
Os arguidos podem pedir dispensa. Mesmo os que estão em prisão domiciliária, já trabalham ou estudam e não deverão assistir a todas as sessões.
Marcelo não testemunha
Marcelo Rebelo de Sousa e Ferro Rodrigues não vão testemunhar (após terem sido arrolados por Bruno de Carvalho) porque o tribunal não autorizou.
Dois dias
Esta semana, o tribunal marcou apenas dois dias para julgamento. Para a semana já serão três, devendo prolongar-se as sessões pelo menos até abril.
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