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Figo apresentou candidatura à FIFA

Ex-jogador diz que 50% das receitas devem ir para federações.

19 de fevereiro de 2015 às 11:15

Figo é um bom candidato à presidência da FIFA?

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Figo é um bom candidato à presidência da FIFA?

Luís Figo apresentou esta quinta-feira de manhã a sua candidatura à presidência da Federação Internacional de futebol (FIFA) no emblemático estádio nacional britânico de Wembley, em Londres.

O ex-futebolista defendeu, na apresentação do programa da sua candidatura, que 50 por cento das receitas do organismo devem ser entregues às federações nacionais.

Figo voltou a frisar que o futebol lhe deu muito e que lhe custa ver a degradação da imagem da FIFA, liderada há 17 anos pelo suíço Joseph Blatter, também candidato.

"Ao longo dos últimos meses e anos tenho visto a imagem da FIFA a degradar-se. Jogadores, diretores, treinadores, todos me dizem que algo deve mudar", salientou o antigo jogador de Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter Milão.

Figo salientou não ser alguém para ficar de braços cruzados, daí a sua necessidade em atuar: "acredito num novo estilo de liderança, que pode trazer a transparência (...). Tem de se fazer mudanças estruturais fundamentais".

O ex-futebolista mostrou algumas ideias do seu manifesto, referindo que, se for eleito, investirá no futebol e na distribuição de dinheiro às federações. Nesse sentido, Figo defendeu que "50 por cento das receitas da FIFA - ou seja 2,5 mil milhões de dólares - devem ser distribuídos pelas federações nacionais" nos próximos quatro anos.

Por outro, o ex-jogador entende que 500 milhões de dólares são suficientes para assegurar os custos operacionais da FIFA, pelo que propõe que "mil milhões de dólares [do fundo de reserva] sejam devolvidos às federações".

O antigo jogador referiu ainda que esse processo será "auditado", de forma que o dinheiro tenha o destino certo, num investimento no futebol e na expetativa que a prática da modalidade, com jovens registados, aumente até 10 por cento.

Figo na corrida à presidência da FIFA

"Se for feito da maneira certa o investimento aumentará as oportunidades no mundo inteiro, todo o financiamento será auditado para assegurar que o dinheiro é utilizado corretamente", salientou o ex-jogador.

No seu manifesto Figo falou também em alterações às leis de jogo, nomeadamente na discussão do fora de jogo, e mostrou ser um defensor da tecnologia da linha de golo, que gostaria de ver implementada.

Figo lembrou que é oriundo de um bairro social na margem sul de Lisboa e que no futebol, que lhe deu tudo, é independente, não devendo nada a ninguém. Por isso quer também mais oportunidades e condições para os jovens jogadores, defendendo que 50 por cento do fundo de solidariedade deve ser aplicado na criação de infraestruturas para o futebol de formação.

Aposta, igualmente, no alargamento do campeonato do mundo para 48 equipas.

A apresentação do programa oficial da candidatura do ex-jogador português deveria ter lugar em Stamford Bridge, casa do Chelsea de José Mourinho, mas o local teve de ser alterado por "razões de ordem logística", de acordo com a assessoria do ex-craque.

O antigo futebolista de 42 anos revelou pela primeira vez as suas intenções numa entrevista à estação televisiva norte-americana CNN, onde anunciou que o seu principal objetivo é o de "devolver a credibilidade e restaurar a confiança no organismo que tutela o futebol mundial". Esta decisão, diz o próprio, surgiu quando se soube da investigação à atribuição dos Mundiais de futebol à Rússia (2018) e ao Qatar (2022) e ao que aconteceu posteriormente.

Os melhores golos e exibições de Figo

Concorrência de peso

Figo concorre à presidência da FIFA frente ao atual presidente, Joseph Blatter, numa corrida em que estão também o príncipe jordano Ali bin Al Hussein, um dos vice-presidentes do organismo, e o presidente da Federação Holandesa, Michael van Praag.

As eleições para a presidência do organismo que rege o futebol mundial realizam-se a 29 de maio, no segundo de dois dias do congresso da FIFA, em Zurique, na Suíça.

Declaração no site da Federação

"Devo o futebol o que sou e sinto que chegou a hora de retribuir tudo o que recebi, ao longo de tantos e tantos anos. Decidi candidatar-me a presidente da FIFA, foi uma decisão ponderada, assente na vontade de mudança, numa visão reformadora e na necessidade de dar mais transparência a uma instituição que vai perdendo credibilidade e a sua capacidade mobilizadora", afirmou Figo numa declaração em vídeo publicada no sítio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) na Internet.

"Quero agradecer à FPF, na pessoa de Fernando Gomes, o facto de me apoiar e ser a federação proponente desta candidatura. Somos um país que deu a conhecer novos mundos ao mundo, somos um país de futebol, somos um país com cinco bolas de ouro, devemos ser também, por isso, um país e uma federação ativa e empenhada na mudança, podem contar comigo", prosseguiu.

"Algo terá de mudar"

O mais internacional dos futebolistas portugueses (127 jogos) lembrou ainda a reação dos adeptos no Mundial2014 do Brasil, onde esteve, com a imagem do organismo a ser abalada e disse que "algo terá que mudar: na liderança, na governabilidade, na transparência".

Luís Figo quer distanciar-se de Sócrates

Figo, que se formou no Sporting e terminou a carreira no Inter Milão, depois de passar por FC Barcelona e Real Madrid, indicou que preenche os critérios de elegibilidade da FIFA, contando com o apoio de pelo menos cinco federações e com o facto de se ter mantido ligado ao futebol nos últimos anos.

"Nos últimos anos desempenhei várias funções no Inter Milão, com a seleção portuguesa e na UEFA", sublinhou.

O antigo jogador, que já foi Bola de Ouro (1999) e melhor jogador do Mundo da FIFA (2000) - antes de os prémios serem unificados -, revelou também que a prioridade é "saber o que as federações precisam" e "aumentar a solidariedade e os pagamentos às federações".

A possibilidade de enfrentar Joseph Blatter não assusta o ex-jogador, com Figo a salientar que "ninguém é invencível" e que "é um desafio fantástico" convencer as pessoas para que o sigam e que o apoiem.

Luís Figo é o sexto a manifestar interesse, depois de Joseph Blatter, atual presidente, Michel van Praag, presidente da federação holandesa, David Ginola, ex-jogador frandês, Jerome Champagne, candidato independente francês, e o príncipe Ali bin Al Hussein da Jordânia, vice-presidente da FIFA.

As eleições para a presidêcia da FIFA, cujo prazo de candidatura termina a 29 de janeiro, decorrem a 29 de maio, no segundo de dois dias do congresso da FIFA, em Zurique, na Suíça.

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