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Contas do Estoril examinadas à lupa

Talão de depósito de 730 mil euros em conta dos canarinhos.

02 de março de 2018 às 02:13

Um procurador do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa vai ‘passar a pente fino’ as contas bancárias do Estoril Praia para apurar a veracidade de uma denúncia que chegou terça-feira à Procuradoria-Geral da República (PGR), dando conta de que o FC Porto tinha "comprado" o jogo da 18º jornada da Liga, após um encontro num hotel e contra o depósito de 730 mil euros na conta dos canarinhos.

A partida teve início a 15 de janeiro, mas foi suspensa ao intervalo (1-0 para o Estoril) por receio de problemas estruturais numa bancada do estádio António Coimbra da Mota. A segunda parte foi jogada apenas a 21 de fevereiro, e nesses 45 minutos o FC Porto marcou três golos e venceu (1-3). O treinador do Estoril, Ivo Vieira, criticou os seus jogadores: "Metiam dó".

A denúncia anónima que chegou à PGR dá conta de "corrupção" e num alegado encontro num hotel de Lisboa, na véspera da disputa da segunda parte, entre um administrador da Traffic (que detém a maioria da SAD do Estoril Praia), um empresário e um dirigente do FC Porto, os quais teriam "combinado o resultado". Os visitantes fizeram três golos no dia seguinte, falhando "outros tantos", com a administração do Estoril a abrir inquérito interno, como o CM noticiou a 24 de fevereiro.

A denúncia à PGR é acompanhada do talão de um suposto depósito de 730 mil euros numa conta do Estoril, dias após a segunda parte. É por aqui que o Ministério Público vai verificar o fundamento da denúncia e se esta merece a abertura de um processo-crime. Na quinta-feira, ao que o CM apurou, a investigação não tinha sido entregue à PJ.

Estoril e FC Porto repudiaram a denúncia. A equipa da linha de Cascais reiterou "total confiança no profissionalismo e integridade de todos os colaboradores que integram a estrutura do futebol profissional". Os azuis-e-brancos garantem ser "totalmente falso que a segunda parte do jogo contra o Estoril tenha sido objeto de qualquer negócio", denunciando uma "trama" para "atingir o bom-nome dos dirigentes de ambos os clubes e, acima de tudo, desestabilizar os jogadores".

Duas partes do jogo divididas por 37 dias

Os primeiros 45 minutos tinham acabado de terminar, no Estádio António Coimbra da Mota, com 1-0 para o Estoril (Eduardo, aos 16’), quando os adeptos do FC Porto na bancada Norte deram o alerta. Fissuras nos WC, sob o local onde estavam as claques, geraram o receio de que a estrutura estivesse seriamente danificada e ruísse.

Os adeptos foram retirados para o relvado e o jogo suspenso. Nos dias seguintes, existiram vistorias técnicas, e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil concluiu não haver perigo e que a bancada nunca esteve em risco, recomendando pequenas obras nos acessos.

A segunda parte só teve início 37 dias depois do apito para o intervalo, e nem as equipas em campo eram iguais (algo que os regulamentos permitem). Já o árbitro, Vasco Santos, foi o mesmo e acabou criticado, bem como o vídeo-árbitro, por não terem assinalado um suposto fora de jogo no primeiro golo portista, por Alex Telles, que fez o empate aos 53’. Soares bisou (59’ e 67’) para o 1-3 final.

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