A edição de hoje
Artigo exclusivo
Milagre da vida continuou apesar do medo provocado à escala global pela Covid-19. Alteraram-se procedimentos e ajustaram-se expectativas, mas os bebés continuaram a vir ao mundo.
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Afonso nasceu às 17h45 do 1.º de abril de 2020, quinze dias depois de ser declarado o estado de emergência em Portugal. “Uma semana antes de ele nascer cancelaram a assistência dos pais ao parto. Quando saiu o comunicado e soube que ia estar sozinha no bloco de partos chorei todo o dia, não era assim que tinha imaginado o momento de receber o meu segundo filho”, conta Nilza Ferreira, 32 anos, funcionária na copa de uma unidade de cuidados continuados em Coruche. O marido, impedido de entrar no hospital distrital de Santarém, esteve 12 horas no carro à espera da notícia. “Na altura de ele sair, a equipa médica disse-me: ‘Mande já mensagem ao pai a dizer que ele está quase a nascer e que daqui a bocadinho já fazemos videochamada.’ Eu nem sei com tantas dores como consegui desbloquear o telemóvel e fazer uma videochamada, mas o Afonso ainda tinha o cordão umbilical quando fizeram a videochamada para o pai o ver. Os médicos e os enfermeiros tentaram minimizar ao máximo o que se estava a passar”, elogia.
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