Bruxelas corta pesca do robalo
Redução de quotas justificada com escassez de algumas espécies.
A Comissão Europeia (CE) quer aumentar a quota de pesca nacional de carapau mas quer reduzir as capturas de robalo, bacalhau e tamboril, entre outros peixes. No caso do robalo, a pesca estará mesmo interdita nos seis primeiros meses do ano. Uma proposta que penaliza a pesca nacional, segundo armadores e pescadores de Quarteira.
A proposta de Bruxelas, divulgada esta terça-feira e que vai ser discutida pelos 28 ministros das pescas a 14 dezembro, visa "trazer as unidades populacionais para níveis de rendimento máximo sustentável".
As quotas agora propostas têm em conta os pareceres científicos sobre as populações, sublinhando a CE os "níveis críticos" do bacalhau nos mares da Irlanda e a escassez de peixe que também atinge a zona oeste da Escócia.
Quanto ao robalo, Bruxelas decidiu mesmo permitir a captura apenas na segunda metade do ano, e ainda assim limitada a uma tonelada por mês para a pesca comercial e apenas um saco para a pesca recreativa.
Para Hugo Martins, da Quarpesca – Associação de Armadores e Pescadores de Quarteira, a proposta "é muito penalizadora para quem pratica pesca artesanal e usa arte do tresmalho, que serve para apanhar robalo, o que acontece principalmente nos meses de dezembro e janeiro". Por outro lado, a subida de quota (no caso concreto do carapau) não é representativa, nem é desejável.
"Os pescadores só se voltam mais para o carapau devido à redução da quota de sardinha e uma subida da quota de carapau pode servir para desvalorizar ainda mais o preço de venda", sublinha ao CM Hugo Martins.
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