Governador do Banco de Portugal diz respeitar a decisão do Governo de não ser reconduzido.
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, diz respeitar a decisão do Governo de não ser reconduzido, garante que sai sem "desilusões" e responde às críticas sobre a sua atuação dizendo que a independência do banco não mudou.
Numa entrevista à RTP, esta sexta-feira, o atual governador disse que sempre foi independente na sua atuação.
"A minha independência não pode ser posta em causa por ninguém, eu sempre usei aquilo que é a massa critica do banco para os trabalhos que foram divulgados. O banco não mudou de atitude", defendeu-se, numa resposta às críticas de que tem sido alvo de não ter liderado a instituição com independência.
Centeno disse respeitar a decisão do executivo de escolher outro nome para a liderança da instituição. "A decisão que foi tomada é uma decisão que só cabia ao Governo, foi assim que foi feito é assim que deve ser feito. Respeito, obviamente, de todas essas decisões", respondeu, sobre o facto de o executivo ter escolhido Álvaro Santos Pereira como novo governador.
Questionado se entende a não-recondução como um "chumbo", uma apreciação negativa sobre o seu trabalho, Centeno disse que essa pergunta não deve ser dirigida a si.
Mário Centeno, que chegou a manifestar estar disponível para continuar no BdP, defendeu agora o seu mandato dizendo que tem "resultados claríssimos" para apresentar, entre eles a estabilização do sistema financeiro. Disse ainda que o seu trabalho de serviço público "está aí para ser avaliado".
"Todo este meu trajeto foi marcado por uma característica de estabilização do sistema financeiro muito significativa, de reforço da posição de Portugal internacionalmente, estou muito satisfeito por todos estes anos de serviço público e é isso que a mim é mais importante", elencou.
Quanto ao seu estado de espírito por não ter sido reconduzido, Centeno disse que "não pode haver desilusões nestes momentos" e afirmou que, enquanto governador, estava a desempenhar um serviço público que procurou cumprir "da forma o mais competente que soube".
Ao sucessor indigitado pelo Governo, o economista Álvaro Santos Pereira, Centeno desejou felicidades quando foi questionado se tem alguma opinião sobre o perfil do sucessor, que é o economista-chefe da OCDE e foi ministro da Economia no Governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP) entre 2011 e 2013.
"Muitas felicidades para o professor Álvaro Santos Pereira nas novas funções", respondeu apenas.
Imediatamente antes de ser governador, Centeno foi ministro das Finanças nos Governos de António Costa (PS) entre 2015 e 2020.
Na quinta-feira, quando confirmou a não-recondução de Centeno e anunciou a escolha de Álvaro Santos Pereira, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, considerou ser uma "melhor escolha" do que a manutenção do ex-ministro das Finanças e elogiou a Santos Pereira a "independência política", distinguindo a a sua experiência governativa de há uma década da passagem direta de Centeno de ministro das Finanças para o cargo de governador.
O mandato de Centeno terminou no dia 19 de julho. Uma vez que o executivo de Luís Montenegro só anunciou o sucessor após essa data.
O PSD e o CDS elogiaram escolha do novo governador. O Chega considerou ser um nome independente. A IL manifestou dúvidas. O PS considerou que a não-recondução se deveu a razões políticas. O BE criticou por ser um nome próximo do Governo. O Livre, o PCP e o PAN contestaram a escolha de governante do período da 'troika'.
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