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CONTAS MAIS CLARAS A PARTIR DE 2005

A adopção de novas regras contabilísticas, os chamados International Accounting Standarts (IAS), na União Europeia, a partir de um de Janeiro de 2005, deverão introduzir mais transparência no mercado de capitais e reforçar a confiança dos investidores financeiros.

09 de julho de 2002 às 21:06

Sendo obrigatórios para as empresas cotadas em Bolsa, os IAS terão que ser adoptados por sete mil empresas comunitárias, um universo que aumentará para um milhão de firmas se tomarmos em contas as filiais.

Depois dos recentes escândalos da Enron e da WorldCom, as mega-empresas norte-americanas acusadas de manipularem as suas contas, começa a notar-se uma crescente necessidade de harmonização das normas de contabilidade a nível internacional. O próprio presidente da Euronext Lisboa, Alves Monteiro, reconheceu, em Lisboa, numa recente conferência da PriceWaterHouseCoopers sobre a introdução dos IAS na Europa, que estas novas regras poderão reduzir “a nuvem de suspeição” que actualmente existe.

Com princípios contabilísticos iguais para todas as empresas cotadas em Bolsa, será mais fácil os investidores de vários países fazerem a “comparabilidade das contas (das empresas)”, sublinhou, por seu lado, Mário Freire, responsável da Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM). No fundo, a adopção das mesmas normas contabilísticas por parte das empresas cotadas assegura que “o mesmo lucro seja lucro em todos os países”.

Dito de outro modo, significa que “os mercados cada vez gostam menos de surpresas, e mudanças inesperadas na informação reportada (sobre os resultados financeiros das empresas) podem ter impacto no preço das acções”, frisou, por seu lado, Nasser Sattar, da PriceWaterHouseCoopers.

Como os IAS são uma nova linguagem contabílista, contribuem, na análise de Luís Ferreira, especialista do sector, para o aumento da “qualidade da informação financeira, credibilidade e fiabilidade” das empresas aos olhos dos investidores. Com a sua adopção, o balanço das empresas expressará mais a valorização de activos em determinado momento do que os seus resultados históricos.

A verdade é que a introdução de uma contabilidade internacional harmonizada acaba por ser um passo decisivo para a criação futura de um mercado de capitais único no espaço comunitário.

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