page view

Justiça vê à lupa contas bancárias de Manuel Pinho

Ex-ministro é sócio com a mulher de uma empresa de gestão imobiliária desde 2004.

04 de julho de 2017 às 08:20

O Ministério Público pediu a quebra do sigilo bancário das contas de Manuel Pinho, da mulher e das empresas em que são sócios no âmbito da investigação sobre as rendas da EDP.

O antigo ministro da Economia, que esta segunda-feira foi constituído arguido após interrogatório na Polícia Judiciária, é suspeito dos crimes de corrupção e tráfico de influências num alegado esquema de favorecimento à EDP. Segundo apurou o CM, a PJ quer passar a pente fino todos os movimentos financeiros, realizados entre 2007 e 2014, para apurar se houve recebimento indevido de vantagem em dinheiro ou património.

Em causa estão alegados benefícios que o Estado terá concedido à EDP por normas aprovadas por Pinho enquanto ministro da Economia, designadamente a entrada em vigor dos CMEC - Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual, e a atribuição à EDP da propriedade e da central termoelétrica de Sines, considerada a mais rentável de todo o sistema elétrico português.

Os investigadores estão também a analisar os pagamentos realizados pela EDP à Universidade de Columbia, em Nova Iorque, para onde Manuel Pinho foi dar aulas, num curso patrocinado pela elétrica portuguesa em 2010. Até essa data o ex-governante nunca tinha publicado nenhum trabalho científico sobre o setor energético, nem tinha experiência académica neste setor económico.

Manuel Pinho e a mulher são sócios na empresa de gestão imobiliária Pilarjardim, Lda., que em março deste ano alargou o seu objeto social "à administração, gestão e exploração de imóveis para alojamento local" e "à gestão e exploração de espaços e suportes publicitários". Esta empresa, constituída em 2004, tem acumulado prejuízos sucessivos. Em 2015, registou resultados negativos superiores a 34 mil euros.

O ex-ministro da Economia também já foi investigado pela Autoridade Tributária em 2013, no âmbito de um processo de inspeção fiscal que foi aberto ao universo Banco Espírito Santo (BES).

Convida José Sócrates para ir para a mesma universidade nos EUA

Manuel Pinho, o ex-ministro da Economia que alargou a concessão de várias barragens à EDP, surge no processo Marquês, a propósito de uma proposta que fez a José Sócrates para que este fosse viver para os Estados Unidos da América.

Pinho terá prometido ajuda financeira, que viria da EDP, liderada por António Mexia. Nas escutas do Marquês, Pinho foi apanhado a sugerir a Sócrates que fosse estudar para Columbia, garantindo-lhe que iria "ser bem tratado". O ex-primeiro-ministro não foi viver para os EUA, mas chegou a visitar a universidade americana onde fez uma intervenção.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8