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Justiça aperta o cerco a Pinho

Ex-ministro será ouvido como arguido até dia 15.

01 de julho de 2017 às 01:30

Manuel Pinho, antigo ministro da Economia do governo de José Sócrates, vai ser ouvido pela Polícia Judiciária como arguido, até ao dia 15 de julho, no âmbito da investigação a alegados benefícios que a EDP terá conseguido com a legislação dos Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

Documentos

Uma das questões centrais relacionadas com o antigo governante é a criação de um curso de energias renováveis, após uma doação monetária da EDP, na Universidade Columbia, precisamente onde Pinho agora leciona. O Ministério Público suspeita de contrapartidas por decisões favoráveis à elétrica enquanto ministro da Economia, em 2007.

A ‘boa relação’ de Pinho com a universidade norte-americana resulta também das escutas do processo Operação Marquês, nas quais foi apanhado a sugerir a José Sócrates que fosse estudar para Columbia, garantindo-lhe que iria "ser bem tratado".

Contactado pelo CM, o advogado do antigo ministro, Ricardo Sá Fernandes, confirmou que foi acordado com as autoridades a comparência de Manuel Pinho na Polícia Judiciária nos próximos dias, recusando-se a revelar a data devido ao compromisso assumido.

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Ex ministro da economia vai ser ouvido, caso corrupçao

Os investigadores suspeitam que há uma associação entre o financiamento da EDP à Universidade Columbia , onde Pinho dá aulas, e as condições que a empresa garantiu na revisão dos contratos CMEC e no alargamento das concessões das suas barragens, em 2007.

Num artigo de opinião no ‘Público, ontem, Pinho defendeu-se: "Teria bastado um telefonema para a universidade para confirmar, primeiro que não há nenhuma cátedra e, segundo, os meus salários desde 2010". O ex-ministro garante que a ideia de voltar ao meio académico não foi uma estratégia conjunta deste com a EDP.

O Ministério Público já constituiu sete arguidos, entre os quais António Mexia. Manuel Pinho será o oitavo.

O ex-ministro pediu a nulidade da constituição de arguido, esta segunda-feira, alegando que o Ministério Público não comunicou os factos pelos quais é suspeito num inquérito a eventuais crimes económicos em negócios na área da energia.

PORMENORES 

Investigação alargada

Manuel Pinho diz que se fosse verdade que a EDP pagou à Universidade Columbia para o contratar, "um ex-ministro sem mérito académico suficiente de um país estrangeiro, ainda por cima com um contrato milionário", a investigação deve envolver não só o Ministério Público português, mas também o Departamento de Justiça dos EUA.

Família está a pagar

O antigo ministro da Economia de Sócrates diz que a família pagou caro o facto de alguma vez ter integrado um governo. Pinho escreveu que nunca foi, nem será, "um político" e que ter exercido um cargo político envolveu e continua a envolver "custos enormes para si e para a sua família".

Nega favorecimento

No artigo de opinião publicado no jornal ‘Público’, ontem, Manuel Pinho escreveu: "Não fui favorecido pela EDP e sempre tive o cuidado de nunca me envolver profissionalmente com a empresa. Para que fique absolutamente claro, a EDP também nunca me pagou, a mim e à minha família, viagens a grandes cidades, estadias em hotéis de 5 estrelas e avenças, nem deu empregos aos meus filhos".

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