"As empresas que adotam a IA tornam-se mais produtivas, e assim mais competitivas", argumentou.
O Prémio Nobel da Economia Philippe Aghion assinalou esta segunda-feira que a utilização de Inteligência Artificial (IA) pelas empresas pode ter um efeito positivo no emprego e que deve ser aliada a um sistema de ensino adequado.
"Com base no inquérito às empresas francesas, até agora comparámos as empresas que adotam a IA com empresas semelhantes que não adotaram, verificamos um efeito positivo no desemprego provocado pela IA", afirmou o economista francês numa participação à distância numa conferência sobre IA e estabilidade financeira organizada pelo Banco de Portugal (BdP) e hoje realizada no Museu do Dinheiro, em Lisboa.
"As empresas que adotam a IA tornam-se mais produtivas, e assim mais competitivas e, como tal, a procura do produto aumenta, logo, aumentam o emprego. Assim, este efeito de produtividade contraria o efeito de substituição da mão-de-obra pela IA", acrescentou.
Ainda assim, sublinhou que esta leitura não é transversal a todos os setores, indicando que a adoção de modelos de IA para postos de trabalho administrativos ou altamente expostos e substituíveis "têm um efeito negativo" no emprego.
Philippe Aghion insistiu ainda na necessidade de aproveitar este efeito da IA no emprego, mas que deve ser conciliado com um "sistema de ensino adequado", tendo deixado elogios ao antigo ministro da Educação Nuno Crato (2011-2015).
"Sei que em Portugal, com Nuno Crato, houve uma reforma fantástica do sistema educativo que deveríamos imitar em França", apontou.
De igual forma, considerou que deve haver uma política laboral adequada e deu o exemplo da Dinamarca.
"Da mesma forma que é necessária uma política de concorrência adequada para aproveitar o potencial de crescimento da IA, também é necessária uma política de educação adequada e uma política de mercado laboral adequada para aproveitar o crescimento e o potencial de criação de emprego da IA", sublinhou.
Aghion acrescentou que a Europa não quer estar "inteiramente dependente dos EUA em termos de capacidade de computação", pelo que considerou ser "muito importante" o desenvolvimento europeu da sua própria capacidade de computação.
O economista francês, distinguido este mês pela academia sueca, foi o terceiro interveniente na conferência, depois da abertura do governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, e da responsável pela investigação de IA da JP Morgan Chase, Manuela Veloso.
Na abertura, Álvaro Santos Pereira defendeu que o sistema bancário -- entre instituições financeiras e bancos centrais -- pode aumentar "a sua própria resiliência aproveitando o poder da IA", uma vez que o volume de dados tratados pode melhorar a deteção de ameaças e a resposta a incidentes.
"Precisamos de investir nestas tecnologias para que os bancos centrais e as autoridades de supervisão se mantenham na vanguarda e se certifiquem de que os benefícios da IA para o sistema, para as economias e para os cidadãos superam os riscos colocados pela rápida difusão destas tecnologias inovadoras", defendeu o governador.
No entender do responsável do BdP, a responsabilidade e a experiência humana deverão estar no centro da governação das entidades e "os sistemas de IA devem aumentar, mas não substituir a tomada de decisões".
Na sua exposição, em que focou no funcionamento dos modelos de IA e sobre agentes de IA, Manuela Veloso recuperou esta declaração de Álvaro Santos Pereira e indicou que "no final de contas, a IA também vai tomar as decisões".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.