A edição de hoje
Bettencourt Picanço, Presidente do STE e militante do PSD, fala sobre política de mobilidade dos funcionários públicos
Correio da Manhã – Como encara a defesa da mobilidade, a bem ou a mal, feita por Diogo Leite Campos, do PSD?
Bettencourt Picanço – Com preocupação. Embora pareça que se trata de afirmações de colaboradores que falam por sua conta e risco e que não comprometem a direcção do partido, não deixa de ser preocupante que surjam afirmações destas quando qualquer pessoa bem informada tinha obrigação de saber que um dos grandes problemas com o qual a Função Pública se debate actualmente é precisamente a rigidez na mobilidade e nós temos tentado implementar uma maior mobilidade. Há aqui, portanto, algum desconhecimento da lei em vigor e afirmações destas combinam pouco com o diálogo que se pretende.
– E se essa for mesmo a intenção do PSD?
– A questão essencial está no desacordo. Estas afirmações não combinam com a realidade e desprestigiam quem as faz.
– O PSD ao deixar passar afirmações como estas não se arrisca a perder o voto dos funcionários públicos?
– Para mim, isto são meras intenções de quem não tem responsabilidades nas eleições. São afirmações de quem desconhece a lei actual. Mas se é uma mobilidade a bem ou a mal, os funcionários públicos terão de dar a resposta ao PSD.
– O STE defende uma maior mobilidade na Função Pública. Pode explicar o que se pretende?
– Queremos uma maior mobilidade naquilo que está relacionado com a ocupação de lugares vagos por trabalhadores que estão subocupados noutros serviços. Actualmente isto é feito de forma precária: o funcionário é cedido durante uns tempos e depois regressa ao serviço original. Isto é brincar à mobilidade. O que se espera é que os partidos encontrem um modo de resolver este problema.
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