A edição de hoje
Empresários apanhados na Lava Jato, no Brasil, obtiveram autorização de residência permanente.
Há corruptos brasileiros e cidadãos angolanos suspeitos de corrupção que estão na lista de estrangeiros que obtiveram vistos gold em Portugal, uma autorização especial de residência permanente para quem faz investimentos superiores a 500 mil euros em imobiliário.
Otávio Azevedo, ex-presidente da construtora brasileira Andrade Gutierrez condenado no processo Lava Jato, Pedro Novis, apanhado no mesmo caso, José Maurício Caldeira, preso no inquérito Rota do Atlântico - que envolve José Veiga e familiares do vice-presidente de Angola -, e Manuel Vicente, que está acusado de corrupção no âmbito da operação Fizz, são alguns dos nomes que constam da lista ontem divulgada pelo jornal britânico ‘The Guardian’.
Todos compraram imóveis em Lisboa num valor superior a 500 mil euros. Da mesma lista constam ainda os nomes de Sérgio Lins Andrade, um dos homens mais ricos do Brasil e amigo do ex-presidente Lula da Silva, e os dos angolanos João Manuel Inglês (coronel), Pedro Sebastião Teta (secretário de Estado), Sebastião Gaspar Martins (administrador na Sonangol) e Mir Jamal Pashayev, empresário azeri.
De acordo com os documentos a que o ‘The Guardian’ teve acesso, Otávio Azevedo comprou uma casa em Lisboa, em 2014, por 1,4 milhões de euros. Já Pedro Novis desembolsou 1,7 milhões por um imóvel.
Eurodeputada alerta para riscos dos vistos
Ana Gomes alerta que os esquemas de atribuição de residência permanente em função de investimentos avultados podem fomentar a corrupção e ser usados por organizações criminosas "para encontrar um refúgio na União Europeia".
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