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Brasileiros e angolanos acusados de corrupção compram 'Vistos Gold' em Portugal

Familiares do vice-presidente de Angola e empresário condenado a pena de 18 anos no Brasil compraram casas em Lisboa.

18 de setembro de 2017 às 20:36

Quando, no final de 2012, o ministro Paulo Portas apresentou o programa Autorização de Residência para Atividade de Investimento, desde logo conhecidos como 'Vistos Gold', desde logo se levantaram dúvidas de que o acesso a vistos para residir na europeia a quem fizesse investimentos superiores a 500 mil euros no país pudesse trazer mais do que empresários genuinamente interessados e apostar em Portugal.A notícia publicada esta segunda-feira pelos jornais Guardian e Expresso revela um outro lado dos 'Vistos Gold'- empresários e políticos a braços com a justiça no Brasil, Portugal e Angola estão a usara este expediente para chegar à União Europeia.Salta à vista o nome de Otávio Azevedo-  antigo presidente da construtora António Gutierrez, uma das maiores do Brasil. Em 2016 o empresário foi condenado a uma pena de 18 anos de prisão por corrupção. Antes de ser condenado, comprou uma casa no valor de 1,4 milhões de euros em Lisboa.Outro caso é o do atual vice-presidente de Angola em Portugal, Manuel Vicente. Acusado de ter subornado um procurador do Ministério Público em Portugal para arquivar um processo em que era investigado, o político angolano é referido por familiars seus terem investido no imobiliário para terem acesso ao visto que lhes pemite circular livremente na União Europeia.Entre os nomes divulgados pelo Guardian e o Expresso constam vários empresários brasileiros que estão implicados nos sucessivos escândalos de corrupção que têm abalado o país.São os casos de Ségio Lins Andrade, da construtora Andrade Gutierrez, Pedro Novis, antigo CEO da Obebrecht - a construtora que está no epicentro da Operação Lava Jato, Carlos Pires Oliveira Dias, vice-presidente da Camargo Correia ou José Mauricio Caldeira, da Asperbras. Em relação a Angola, os jornais britânico o português incluem no role dos que recorreram aos 'Vistos Gold' o coronel João Manuel Inglês, assessor do general Helder Dias Vieira 'Kopelipa', Pedro Sebastião Teta, secretário de Estado para as Tecnologias de Informação, Sebastião Gaspar Martins, administrador da Sonangol no Brasil.Lembre-se que os 'Vistos Gold' já fizeram vítimas políticas em Portugal. Em 2014, uma investigação a uma rede de corrupção levou à detenção do diretor do SEF e fez rolar a cabeça do ministro Miguel Macedo. Onze pessoas foram detidas, num processo que deverá começar a ser julgado em breve.Em resposta aos jornais que publicam o artigo, o Governo português voltou a sublinhar o que diz a lei - todos os candidatos são avaliados e sujeitos a um processo que inclui a consulta do registo criminal.União Europeia anuncia investigação

A eurodeputada Ana Gomes anunciou ontem que "a Comissão Europeia vai fazer uma análise de todos os regimes de atribuição de nacionalidade através programas de promoção de investimento como os "vistos gold" em vigor nos Estados Membros da UE, que será publicada em relatório a sair ainda em 2017 ou em 2018".

Em comunicado enviado às redações, a eurodeputada socialista diz que "a

A deputada tem feito várias denúncias sobre os programas 'Vistos Gold' que existem em Portugal e noutros países europeus e quer obrigar o estados a aumentar a vigilância sobre os candidatos a usufruir de programas que oferecem vistos e mtroca de avultados investimentos.

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