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Sete detidos e 45 arguidos em operação da PJ para desmantelar rede criminosa trasnacional

No espaço de 24 meses, a investigação apurou a existência de depósitos em numerário no montante superior a 141 milhões de euros, aponta a PJ.

10 de dezembro de 2025 às 15:29

A Polícia Judiciária (PJ) está a realizar esta quarta-feira dezenas de buscas no âmbito de uma investigação a uma alegada rede criminosa de branqueamento e evasão fiscal que opera a partir da zona industrial da Varziela, em Vila do Conde, controlada por cidadãos nacionais e estrangeiros. Foram constituídos arguidos 45 pessoas e detidas outras sete, avança a PJ.

Fonte policial adiantou à agência Lusa que a operação, que se iniciou na manhã desta quarta-feira, contempla buscas na zona industrial da Varziela, que acolhe muitos armazéns e uma grande concentração de comerciantes chineses radicados em Vila do Conde, distrito do Porto, que se dedicam à importação e revenda de vários produtos, funcionando também como um grande entreposto comercial.

A organização em causa "utilizava o sistema bancário nacional para sustentar o processo de branqueamento, procedimento alicerçado na criação sucessiva de sociedades e contas bancárias tituladas pelas mesmas", lê-se no comunicado divulgado pelas autoridades esta quarta-feira.

À margem do circuito fiscal legal, esses valores eram alegadamente canalizados para contas bancárias para serem branqueados.

Os prejuízos para o Estado poderão ser de milhões de euros. No espaço de 24 meses, a investigação apurou a existência de depósitos em numerário no montante superior a 141 milhões de euros, aponta a PJ.

Foram ainda apreendidos seis imóveis urbanos, nove viaturas de alta gama, 74 contas bancárias controladas pelos suspeitos em território nacional e saldos de contas bancárias domiciliadas em 11 países europeus, num total de 67 contas bancárias, refere o comunicado.

Em 2020, viviam e trabalhavam em Vila do Conde mais de 1.500 cidadãos chineses, a maior parte deles com atividade comercial na Zona Industrial da Varziela, onde geriam cerca de 200 armazéns, naquele que é o maior centro empresarial chinês em Portugal.

O inquérito é tutelado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto.

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