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“A minha irmã está inocente”

Sílvio da Silva garante que autoridades não têm qualquer indício contra ex-namorada do em presário português assassinado com dois tiros à porta de casa, no estado de Goiás. <br/>

21 de março de 2010 às 00:30

'Quero deixar bem claro à família do João em Portugal que a minha família não tem a mínima responsabilidade por esse facto extremamente triste.' É desta forma que o advogado Sílvio Bezerra da Silva, irmão da também advogada Sílvia Maria da Silva, negou qualquer envolvimento da irmã no homicídio do empresário português João Carlos Baptista Lobato, de 42 anos, executado na semana passada em Aruanã, a 330 km de Goiânia, capital do estado de Goiás, onde habita Sílvia, com quem Lobato se relacionou e com quem teve uma filha, Nicole, hoje com três anos.

Único membro da família a aceitar falar sobre o caso, Sílvio da Silva declarou-se surpreso e chocado com as acusações feitas por familiares de João Lobato em Ponte de Sor, onde o agricultor nasceu e tinha propriedades. Esses familiares têm acusado Sílvia de ter mandado assassinar o ex--namorado presumivelmente para ficar com a fortuna através de Nicole, a filha de ambos.

'Peço que parem com essas suspeitas, com essa coisa de mencionarem o nome [da Sílvia], porque não existe nada. A minha irmã não nutria raiva ou qualquer sentimento negativo em relação ao João', afirmou Sílvio, acrescentando que o única ligação entre Sílvia e Lobato era Nicole, e que, apesar de uma disputa judicial pelo valor da pensão de alimentos e direito de visita, não havia nenhum contencioso grave entre ambos.

'Ela não foi esposa, não foi amante, nunca quis casar com o João. A Sílvia estava com a vida consolidada, a trabalhar, e queria apenas seguir a vida dela. Queria era criar a bebé e que o João estivesse vivo para acompanhar o crescimento.'

Sílvio acedeu a falar ao CM para mostrar, frisou, que a família não tem nada a esconder e para pôr cobro ao que considera ser uma onda de acusações levianas. 'Que fique claro: a minha irmã não está envolvida no caso. Não há o mínimo indício que possa comprometê-la.'

'AS ACUSAÇÕES SÃO RIDÍCULAS'

Para Sílvio da Silva, as acusações dos familiares de Lobato são fruto do abalo emocional, mas também de preconceito. 'É baixo, é ridículo, sem se conhecer uma pessoa fazer esse tipo de pré-julgamento. Mas a minha interpretação é de que estamos face ao clássico pré-julgamento de achar que um europeu se envolveu com uma brasileira, houve uma discussão e aconteceua tragédia. É ridículo pensar assim', diz o irmão de Sílvia.

EX-NAMORADA NEGA CRIME À POLÍCIA

A advogada Sílvia Maria da Silva, de 40 anos, ex-namorada de João Lobato, negou à polícia do estado de Goiás, onde habita e onde o crime ocorreu, qualquer envolvimento na morte do empresário. Segundo o CM apurou, Sílvia reiterou não ter qualquer envolvimento directo ou indirecto com a trágica morte do empresário português, nem saber por que o seu nome foi envolvido. Além da advogada, que depôs na condição de suspeita, foi ouvido igualmente o pai, o advogado e ex--polícia Severino Bezerra da Silva, 66 anos, mas como ‘convidado’.

FAMÍLIA SOLIDÁRIA COM SÍLVIA

Nem toda a família de João Lobato acha que a ex-namorada do empresário de Ponte de Sor tenha algo a ver com a sua morte. Pelo menos é o que afirma o irmão Sílvio, adiantando que um primo de Lobato telefonou quinta-feira para casa de Sílvia, afirmando que pelo menos parte da família do agricultor está solidária com a advogada.

'Um primo dele, não sei o nome, ligou para ela de Portugal e manifestou-lhe solidariedade. Ele afirmou que nem ele nem a mãe do João acham que a minha irmã tenha algo a ver com o crime.'

PORMENORES

DELEGACIA DE ARUANÃ

A investigação do homicídio do emigrante português no Brasil está entregue à Delegacia de Polícia de Aruanã. Paulo Ribeiro da Silva é o delegado titular do processo.

UM CASO ISOLADO

Um brasileiro que trabalhava para João Lobato assegurou aos meios de comunicação locaisque o crime que vitimou o patrão 'foi um caso isolado'. 'Praticamente dormimos com as portas abertas, pois a segurança é muito boa', afirmou.

48 MIL HOMICÍDIOS

Segundo os dados estatísticos de 2008, foram assassinadas nesse ano, no Brasil, 48 mil pessoas, a maioria em assaltos violentos.

NOIVA FICOU EM CHOQUE

Ana Maria Brito, uma brasileira de 22 anos que estava noiva de João Carlos Lobato, foi a única testemunha do crime que vitimou o empresário português. O choque foi tanto que a jovem ainda se mantém incrédula com o sucedido.

O português e a namorada vieram a Portugal em Dezembro e terão então decidido contrair matrimónio. O enlace ficou marcado para o final deste mês, desconhecendo-se porém mais detalhes.

NOTAS

SILENCIADOR: HOMICÍDIO

No condomínio de luxo onde João Lobato foi assassinado ninguémse apercebeu do crime. O homicida usou um silenciador na arma

MORTE: DOIS TIROS 

Um dos dois tiros que vitimaramo empresário português atingiu-o na garganta. O outro foi disparado contra o peito

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