Papéis entregues por Mário Machado ao Ministério Público mostram que familiares do ex-primeiro-ministro têm contas em offshores há quase 30 anos. DCIAP vai investigar.
A família de José Sócrates, ex-primeiro-ministro, tem offshores há quase três décadas. Isso mesmo consta de documentos que estão na posse do Ministério Público há mais de um ano, mas que só agora vão começar a ser analisados pelos procuradores.
Os documentos foram entregues por Mário Machado, líder da extrema-direita que está na cadeia, ao procurador-geral da República, Pinto Monteiro, em Julho do ano passado.
Os papéis foram então remetidos para o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, dirigido por Maria José Morgado, e posteriormente reencaminhados para o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), que tem como directora a procuradora Cândida Almeida.
Segundo apurou o CM, os documentos são autênticos e mostram elevadas quantias que diversos familiares de José Sócrates transferiram para fora do País ao longo de quase três décadas. Fonte judicial garantiu ao CM que a investigação será agora acelerada.
Estão em causa situações diversas. Mário Machado nunca explicou como conseguiu os documentos, mas durante muito tempo ameaçou que os tornaria públicos.
Ainda antes de ser preso, a Polícia Judiciária chegou a interceptar conversas telefónicas onde aquele se referia às "provas" que teria contra José Sócrates. Chegou a ironizar com a situação e a dizer que se um dia fosse preso dizia que os documentos tinham aparecido "debaixo da cama".
O Correio da Manhã sabe que a maioria dos documentos são extractos bancários. Mas há ainda elementos sobre a compra e venda de acções, designações de empresas sediadas nas ilhas Caimão, Man e Gibraltar, certificados de participações, operações em Bolsa, ofícios a diversas entidades e operações de valores mobiliários.
Por si só, os papéis não indiciam qualquer crime, mas levantam suspeitas, sendo necessário perceber a origem do dinheiro e o motivo para aquelas verbas terem sido transferidas para o estrangeiro. Por outro lado, é necessário perceber como é que os familiares do ex primeiro-ministro conseguiram fazer fortuna. Outra situação ainda por explicar é a razão pela qual estes documentos – que agora originaram um inquérito – já tinham sido analisados pelo mesmo DCIAP. Chegaram ao processo durante a investigação do caso Freeport, mas não foram considerados por não estarem directamente relacionados com a investigação sobre o outlet de Alcochete.
LEI DO PS LEVA ESTADO A PAGAR 2 MIL MILHÕES
O Estado já gastou mais de 2,07 mil milhões de euros em ajustes directos desde o início do ano. Só na última semana, os contratos adjudicados de acordo com a alteração ao Código dos Contratos Públicos introduzida em 2009 pelo Governo liderado por José Sócrates, ascenderam a 14 milhões de euros.
A avaliar pelos números disponíveis no site Despesa Pública, que contabiliza os documentos divulgados no Portal dos Contratos Públicos, o montante gasto desde o início do ano com empreitadas ou com a aquisição de bens e serviços directamente a uma empresa, ou seja, sem recurso a concurso público, corresponde a 34 843 contratos com um valor médio de 59 654 euros. Na última semana, os organismos públicos celebraram 334 contratos, com um valor médio de 42 428 euros. Desde Janeiro até à data, foram 1984 as entidades do Estado que usaram esta forma de contratação.
Nos primeiros dias de Setembro, foram já celebrados 105 contratos por 56 entidades que tiveram um custo de 2,4 milhões de euros. Entre estes consta a contratação da empresa Olimar pela Associação Turismo Açores com vista à promoção do destino Açores na Alemanha que teve um custo de 60 mil euros.
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