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Paulo Furtado, The Legendary Tigerman

Tatuar um cravo na pele para lembrar as conquistas da revolução do 25 de Abril

A dias de se celebrarem os 50 anos do 25 de Abril, há quem tatue na pele o símbolo da revolução para garantir que os valores e conquistas de '74 não são esquecidos.

A dias de se celebrarem os 50 anos do 25 de Abril, há quem tatue na pele o símbolo da revolução para garantir que os valores e conquistas de '74 não são esquecidos.

07 de abril de 2024 às 12:05

É no Musa de Marvila, em Lisboa, que a equipa da 'Casa Tigre' se instalou, este sábado, para celebrar o 25 de Abril através da arte. Há quem passe pelo espaço para ouvir música, tirar fotografias e ver uma pintura de Alex Edwards a florescer na parede, e há quem se entregue às agulhas de Douglas Cardoso, tatuador residente da ‘Casa Tigre’, para marcar a pele com um cravo.

Mais discretos ou arrojados, os cravos desenhados pelas mãos do tatuador "têm claramente uma intenção de mostrar liberdade", numa altura em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril. 

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Tatuagens que marcam o 25 de Abril de 74

O músico Paulo Furtado, conhecido por The Legendary Tigerman, é um dos fundadores do projeto 'Casa Tigre' e inaugurou a maca de Douglas Cardoso, somando um cravo às tatuagens que lhe cobrem os braços. 

"Para mim [o cravo] é um símbolo da liberdade, de resistência e de luta pela continuidade dos nossos direitos e da nossa liberdade", refere o músico, sublinhando que é importante não esquecer como era a vida antes da revolução. 

Paulo Furtado, The Legendary Tigerman
Paulo Furtado, The Legendary Tigerman FOTO: Ana Sofia Pinto

Douglas Cardoso, que prefere fazer tatuagens ao estilo tradicional americano – com uma linha "forte", sombras pretas e uma pigmentação densa –, conta que foi no sofá de casa que criou os vários cravos para tatuar neste 'flash day' dedicado à revolução. Para o tatuador, a liberdade de expressão é um valor que não pode ser esquecido. 

"É importante sentarmo-nos num bar ou numa mesa de jantar e conseguirmos manifestar a nossa opinião, mesmo que às vezes seja diferente da dos outros", refere Douglas.

A filha, que ainda está a aprender a escrever, aproveitou para fazer uma tatuagem temporária disponível para todas as crianças que visitaram o espaço.

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"O cravo é o nosso símbolo português"

A jornalista Diana Duarte viu, através de um amigo, o cartaz com os desenhos de Douglas e não hesitou em tatuar um pequeno cravo nas costas. Por ser uma "pessoa discreta" no seu dia-a-dia, refere que a escolha da parte do corpo a tatuar foi o mais "complicado".

Diana vê a nova tatuagem como a sua própria revolução e garante que vai usá-la como "um amuleto" para continuar a viver num País sem guerras, onde as pessoas têm o que comer e onde morar. 

Já o analista financeiro Rodrigo Camões optou por um cravo no braço, para se lembrar todos os dias de que a revolução de 1974 foi uma luta pelos direitos das pessoas. Contudo, Rodrigo afirma que apesar das conquistas já alcançadas no País, "ainda há muito para conquistar".

Francisca Correia optou por tatuar um cravo na perna: "É o nosso símbolo português". A dias de se celebrarem os 50 anos da Revolução dos Cravos, acredita que ainda não se vive numa sociedade livre e que é preciso continuar a lutar.

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