Paulo Raimundo reconhece "brutal insegurança" no País mas ligada à precariedade

Secretário-geral do PCP considera inadmissível que haja urgências de Obstetrícia encerradas.

04 de outubro de 2025 às 23:34
Paulo Raimundo Foto: António Cotrim/Lusa
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O secretário-geral do PCP reconheceu este sábado que há uma "brutal insegurança" em Portugal, mas ligada à precariedade e à instabilidade do "trabalho e da vida", e considerou inadmissível que haja urgências de Obstetrícia encerradas.

Num jantar comício em Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa, Paulo Raimundo frisou que a CDU (coligação PCP/PEV) tenciona pôr "o país a andar para a frente", mas ressalvou que, para isso, é "preciso resolver duas questões em particular".

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"O primeiro é acabar com a brutal insegurança que vivemos no nosso país. Sim, a brutal insegurança da precariedade, da instabilidade do trabalho, da instabilidade da vida, em particular dos mais jovens", disse.

O segundo, prosseguiu, é "garantir o acesso à habitação", voltando a aproveitar a ocasião para criticar o facto de o Governo PSD/CDS-PP ter considerado rendas moderadas as que têm um valor até aos 2.300 euros mensais.

"Aqui estão os que enfrentam o drama do acesso à habitação e que sabem, por experiência própria, pela sua vida, que é no mínimo uma ofensa considerar que 2.300 euros é uma renda moderada para a vida da maioria do nosso povo", afirmou Paulo Raimundo, motivando alguns apupos entre as centenas de pessoas que enchiam a sala.

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O secretário-geral do PCP abordou também o estado da saúde, criticando em particular o facto de haver 50 mil utentes sem médico de família e urgências encerradas, e defendendo que, se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem falta de médicos, enfermeiros e técnicos, então é preciso contratá-los para "pôr os serviços a funcionar".

"Há uma coisa que não pode acontecer em Vila Franca, nem em lado nenhum. São urgências, em particular de Obstetrícia e pediátricas, fechadas, com os riscos que isso tem nas mães e nas crianças. Não pode, não admitimos que isso aconteça", afirmou Paulo Raimundo, recebendo um longo aplauso.

Relativamente às especificidades do concelho de Vila Franca de Xira, o dirigente salientou que há "gerações inteiras" no concelho que "não sabem o que é a gestão da CDU" -- a autarquia foi presidida por coligações lideradas por PCP entre 1976 e 1997 e, desde então, foi sempre gerida pelo PS.

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"Cá estamos prontos para governar, para gerir, cá estamos prontos para assumir todas as responsabilidades", disse.

A cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira é Cláudia Martins, que, no comício desta noite, defendeu ser necessário que o concelho volte a "ter identidade, dinâmica, volte a ter alegria".

"Mas, para isso, precisamos de uma câmara que não seja frouxa, submissa, que anda aqui de braços cruzados. Precisamos de uma Câmara Municipal combativa, firme, com coragem para exigir aquilo a que temos direito", afirmou.

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