Cabeça de lista da coligação "Viver Lisboa" assumiu o compromisso de "lutar" pelo projeto para o Bairro do Grilo.
A candidata à Câmara de Lisboa Alexandra Leitão diz que há falta de "lugares de cultura" e quer concretizar o projeto para o complexo da antiga Manutenção Militar, que o Governo colocou numa lista de parcerias público-privadas.
Questionada pela Lusa, na quinta-feira, antes de um encontro com agentes da cultura de Lisboa, a cabeça de lista da coligação "Viver Lisboa", que junta PS, Livre, BE e PAN, assegurou que, se for eleita, vai "avaliar as possibilidades de atuação" da autarquia no sentido de manter como património da cidade o projeto habitacional e cultural desenhado para o Bairro do Grilo, na freguesia do Beato, que foi sede da Jornada Mundial da Juventude 2023.
Finda a iniciativa, o anterior Governo do PS mandatou o coordenador da Jornada, José Sá Fernandes, para apresentar uma proposta de dinamização para o complexo com 15 edifícios.
A reconversão do complexo - ao longo de quatro anos e com um custo total de 50 milhões de euros - inclui a construção de 200 habitações com renda acessível, duas residências para estudantes e uma dezena de casas artísticas.
"Não me calarei, junto do Governo, seja qual for o governo, (...) em defesa dos interesses dos lisboetas", assegurou Alexandra Leitão, referindo-se ao património público que o Governo colocou numa lista de "imóveis para PPP [parcerias público-privadas]", na qual está o complexo da antiga Manutenção Militar Norte, propriedade do Estado.
"Ficámos a saber que [o Bairro do Grilo] foi um dos imóveis metidos no pacote que o Governo fez para vender no mercado comercial", lamentou, concordando que "era possível fazer dali um polo com muitas valências", criando "um conjunto novo de centralidades muito oportunas e que enriqueciam muito a cidade".
Além disso, várias coletividades podiam ter ali o seu espaço, notou, referindo-se às que têm sido forçadas a sair de espaços em Lisboa, por exemplo a Sirigaita ou a Renovar a Mouraria.
Em comunicado divulgado na quinta-feira, várias associações de Lisboa exigiram proteção à Câmara Municipal e ao Governo, dizendo-se vítimas da especulação imobiliária e reclamando o fim dos despejos e a "cedência de património público" devoluto para as acolher.
A candidata da coligação "Viver Lisboa" considera essa opção "um erro trágico" e criticou o silêncio do atual presidente da câmara, o social-democrata Carlos Moedas (que se recandidata pela coligação que junta PSD, CDS-PP e IL).
Alexandra Leitão assumiu o compromisso de "lutar" pelo projeto para o Bairro do Grilo num encontro com agentes da cultura na quinta-feira à tarde, na Casa Capitão, segundo relatou à Lusa José Sá Fernandes.
"Podemos ter ainda a esperança de haver ali habitação e cultura", elogiou o promotor do projeto e ex-vereador na Câmara de Lisboa.
"Houve um compromisso claro [de Alexandra Leitão] sobre essa matéria: lutar por este local e por outros edifícios. É que não é só este, não quero que Lisboa seja só num sítio, quero que Lisboa seja em todos os sítios", disse.
O atual executivo municipal, liderado por Carlos Moedas, "não se interessa por nada, não luta por nada", critica.
"Lisboa precisa de habitação acessível em todas as freguesias e, como há sempre um imóvel do Estado que serve para isso, não consigo perceber como é que o Estado põe à venda", confessa.
José Sá Fernandes terminou o mandato em 31 de dezembro de 2024 e passou a pasta à Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros, à qual cedeu a utilização do complexo, após a sua desafetação do domínio público militar (era propriedade do Ministério da Defesa Nacional), num despacho publicado em 16 de janeiro do ano passado.
Essa autorização de cedência foi dada -- estabelece o Despacho 376/2024 -- depois de a Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros ter demonstrado "o seu interesse na utilização dos referidos imóveis com vista ao desenvolvimento do projeto-piloto de valorização e reabilitação para, designadamente, habitação, alojamento estudantil, alojamento urgente temporário, nomeadamente para pessoas em situação de vulnerabilidade, vítimas de violência doméstica e de tráfico de seres humanos, e beneficiários de proteção internacional, pequena agricultura e criação de espaços de fruição cultural".
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