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Alexandra Leitão diz que Moedas está "de cabeça perdida" e responde com "amor"

Autarca social-democrata acusou a cabeça de lista da coligação que junta PS, Livre, BE e PAN de ter "um projeto de ódio".

08 de outubro de 2025 às 16:18

A socialista Alexandra Leitão disse esta quarta-feira que Carlos Moedas está "de cabeça perdida" ao insinuar que o projeto que lidera para a Câmara da capital se move pelo ódio, garantindo que a coligação "Viver Lisboa" está unida "pelo amor" à cidade.

Numa ação de campanha realizada na terça-feira, o autarca social-democrata acusou a cabeça de lista da coligação que junta PS, Livre, BE e PAN de ter "um projeto de ódio".

"Alguém acredita nisso?", insurgiu-se hoje Alexandra Leitão, realçando que a coligação que encabeça "não está unida pelo ódio, não está unida contra ninguém, [...] está unida exclusivamente [...] pela vontade de melhorar Lisboa e pelo amor a Lisboa".

Carlos Moedas, atual presidente da Câmara de Lisboa e recandidato ao cargo pela coligação PSD/CDS-PP/IL, tem ainda repetidamente criticado o PS por acolher o "radicalismo" do Bloco de Esquerda na coligação a Lisboa.

Com a coordenadora bloquista, Mariana Mortágua, a seu lado, Alexandra Leitão respondeu: "Não podendo discutir Lisboa, porque de cada vez que fala de Lisboa perde votos, Carlos Moedas vai buscar os papões, do Bloco de Esquerda, de mim própria".

Reagindo à "técnica", Alexandra Leitão lembrou que, enquanto comissário europeu, Carlos Moedas "teceu grandes elogios ao Governo apoiado pela geringonça" (PS, PCP e BE).

"Não imaginei que o desespero de Carlos Moedas face ao seu mandato em Lisboa fosse tal que [...] encontrasse todos os pretextos para não falar sobre o estado em que deixou Lisboa", secundou Mariana Mortágua, que entrou hoje na campanha autárquica em Lisboa, depois de ter regressado de Israel, onde foi detida na sequência da interceção de uma flotilha humanitária que se dirigia à Faixa de Gaza.

"Carlos Moedas encontra todas as desculpas e oportunidades para não falar de Lisboa", apontou.

"Percebo perfeitamente que Carlos Moedas não queira discutir Lisboa. E eu quero. Quero discutir a Lisboa que ele deixa e quero discutir a Lisboa que nós vamos fazer", acompanhou Alexandra Leitão.

"Na nossa coligação estamos todos cá dentro, não está ninguém fora", salientou, em declarações aos jornalistas à porta do Centro de Apoio Social dos Anjos, onde falou sobre as "soluções de emergência" para pessoas sem teto, para quem, nos últimos quatro anos, "foram criadas umas míseras 100 camas".

Recusando a "aglomeração que foi feita na freguesia do Beato", a socialista aposta na descentralização: "em vez de as pessoas serem amontoadas num único sítio, ter soluções mais pequenas, mais humanizadas, mais de proximidade".

Apoiadas também pela co-porta-voz do Livre Isabel Mendes Lopes, Alexandra Leitão e Mariana Mortágua assinalaram que o número de pessoas sem teto "subiu 43% na governação" de Carlos Moedas.

"Muitas delas ontem tinham uma casa, foram despejadas e deixaram de a poder pagar ou infelizmente tiveram uma situação de divórcio, ou qualquer situação na sua vida que agora diz que estão a viver na rua", assinalou a líder do BE, salientando que "uma sociedade mede-se pela forma como trata os mais frágeis" e que Carlos Moedas o fez "com desprezo".

Numa das freguesias com mais população migrante, Alexandra Leitão respondeu ainda a Carlos Moedas por a ter acusado de defender que "Portugal não deve ter uma imigração regulada".

"Não vale a pena ir buscar mais um papão, mais o papão da imigração, mais o papão da desregulação e das portas escancaradas", refutou, defendendo que o município tem de ter "um papel ativo na integração" de quem está no país de forma legal e que "isso passa por ajudar a ensinar a língua, tratar também da dignidade da habitação".

Na primeira ação de campanha do dia, uma arruada pelas freguesias de Alvalade e Areeiro, a coligação "Viver Lisboa" entoou uma versão da canção popular "Ó Laurindinha", com o trecho "A Carlos Moedas/deixai-o ir/Aos lisboetas ai ai ai/ele está a mentir".

Distribuíram-se ainda cravos em outubro, sugestão do candidato à junta de Alvalade, por serem um bom, ainda que caro, "desbloqueador de conversa".

O co-porta-voz do Livre Rui Tavares juntou-se a Alexandra Leitão no percurso do antigo cinema King, que a coligação quer requalificar, até à Alameda Afonso Henriques, onde criticou Carlos Moedas por não ter "peso político" junto do Governo para resolver os problemas de Lisboa.

O Livre encabeça as candidaturas da coligação às freguesias de Areeiro, Alvalade e Avenidas Novas, que apresenta como "um modelo de bem gerir a cidade", convicto de que Alexandra Leitão assumirá uma postura diferente e irá dialogar com todos os presidentes de junta.

Além de Alexandra Leitão, concorrem à presidência da Câmara de Lisboa Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).

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