Detenção da flotilha humanitária foi tema para lá da campanha bloquista, sendo assunto quase obrigatório nas declarações aos jornalistas dos restantes líderes.
A campanha do BE ficou marcada pela ausência da líder, Mariana Mortágua, que regressou, entretanto, após ser detida em Israel, enquanto Inês Sousa Real aposta em reforçar, de norte a sul, a presença dos valores do PAN nas autarquias.
Com a campanha autárquica do BE a começar sem a coordenadora do partido, Mariana Mortágua, que integrou uma flotilha humanitária rumo a Gaza intercetada por Israel, os bloquistas fizeram-se representar pela dirigente Marisa Matias até ao regresso da líder - que aconteceu esta terça-feira, uma semana depois do arranque da campanha.
A campanha do Bloco de Esquerda, que começou em Torres Novas, Santarém, passou também pelos distritos de Castelo Branco, Aveiro, Porto e Lisboa, mas, mais do que as questões locais, foi a ausência de Mortágua o principal assunto dos bloquistas na estrada, com Marisa Matias, que acompanhava a situação dos ativista portugueses enquanto a campanha se desenrolava, a abordar diversas vezes a questão.
A detenção da flotilha humanitária foi tema para lá da campanha bloquista, sendo assunto quase obrigatório nas declarações aos jornalistas dos restantes líderes e levou a várias críticas da esquerda ao líder do CDS-PP e ministro da Defesa, Nuno Melo, que atacou os ativistas portugueses detidos a caminho de Gaza.
A nível programático, os bloquistas, muitas vezes acompanhados de dirigentes do Livre, PS ou PAN (parceiros em várias coligações, colocaram no centro do discurso a crise da habitação - com críticas, em particular, ao executivo lisboeta liderado por Carlos Moedas -, os direitos laborais, a saúde e os transportes, que foi o tema abordado no regresso de Mortágua à comitiva bloquista.
O concelho de Lisboa - onde a coligação "Viver Lisboa" (PS/Livre/BE/PAN) procura suceder ao social-democrata Carlos Moedas - foi um dos grandes focos da campanha bloquista, com críticas à direita e apelos à unidade à esquerda para "mudar o país" e, em particular, a capital.
No comício da coligação de esquerda de segunda-feira, a dirigente Marisa Matias falou desta candidatura como "herdeira de Jorge Sampaio", afirmando que todas as pessoas de esquerda do país "estão a torcer por Lisboa porque querem um mundo mais justo" e que é preciso "virar a página do desastre que foi o mandato de Carlos Moedas".
O Bloco de Esquerda estabeleceu já cerca de duas dezenas de coligações à esquerda no âmbito das eleições autárquicas de outubro, um aumento significativo face a 2021, numa altura em que o partido almeja recuperar do desaire nas legislativas.
Já o PAN, tem a porta-voz, Inês de Sousa Real, a liderar a comitiva de norte a sul, sobretudo no litoral, com o objetivo já declarado de aumentar a representação local do partido. Atualmente, o PAN não tem qualquer vereador, mas elegeu 23 representantes em assembleias municipais e tem 16 eleitos em assembleias de freguesias.
Apesar desse objetivo, Sousa Real admitiu que, "acima de tudo", quer implantar o "valores do PAN nas várias autarquias", uma ideia lançada no Porto, num evento de campanha do candidato Filipe Araújo, cuja candidatura independente é apoiada pelo partido.
Como parte integrante de coligações com parceiros que vão desde o BE até ao CDS - uma opção que mereceu, inclusive, críticas internas à líder - Sousa Real frisou que, mais do que a aliança partidos de esquerda ou direita, o PAN "norteia-se por causa e por valores que são irrenunciáveis".
Assim, o partido assumiu como principais bandeiras de campanha a sustentabilidade das cidades, a proteção animal e a defesa dos "mais vulneráveis", apelando a mais justiça social, direitos das crianças e combate à violência doméstica.
Em Lisboa, onde o partido, que integra a coligação liderada pela socialista Alexandra Leitão, procura manter a representação na Assembleia Municipal, Inês de Sousa Real disse não haver "outra oportunidade de fazer história" na capital, criticando Carlos Moedas por ter permitido que o sentido de comunidade em Lisboa tenha ficado para "trás" para se virar para "roteiros turísticos e unicórnios".
Apesar da prioridade às causas e questões locais, Inês de Sousa Real não evitou comentar as questões de atualidade nacional que foram surgindo ao longo da campanha, tendo, esta quarta-feira, acusado o primeiro-ministro de se vitimizar face ao caso da empresa Spinumviva, exortando-o a prestar "toda a informação" às autoridades para se poder dedicar ao país.
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