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Rui Tavares diz que novo Governador do BdP já "tomou o gosto" de emitir "opiniões políticas"

Governador do Banco de Portugal considerou importante diminuir os bloqueios e restrições à construção pelas câmaras municipais.

06 de outubro de 2025 às 17:49

O porta-voz do Livre Rui Tavares assinalou esta segunda-feira que o novo governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, tinha afirmado que não iria emitir opiniões políticas antes de tomar posse mas "tomou-lhe o gosto muito rápido".

Depois de esta manhã o sucessor de Mário Centeno ter considerado, no discurso de tomada de posse, que existe um problema de falta de casas no país e que é necessário promover a construção, cabendo aí um importante papel ao poder local, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, notou "uma certa oscilação" de Álvaro Santos Pereira.

"Eu registo que há aqui uma certa oscilação de Álvaro Santos Peralta em relação ao qual é que é o papel como Governador, e não é. Portanto, ele tinha dito que, enquanto Governador, o Banco de Portugal não podia andar a emitir opiniões políticas, mas, pelos vistos, tomou-lhe do gosto muito rápido", notou o líder do Livre, registando alguma "incoerência".

O governador do Banco de Portugal considerou importante diminuir os bloqueios e restrições à construção pelas câmaras municipais, pois, a seu ver, são mais "as inúmeras restrições à construção do que a falta de incentivos económicos".

Para Rui Tavares, "Portugal precisa, evidentemente, de mais construção" e também de "reabilitar muito a construção que está feita e que precisa de ser disponibilizada, posta no mercado de arrendamento para as pessoas".

Tavares defendeu a reconversão de edifícios como "tribunais, prisões, quartéis, antigos hospitais" para habitação, realçando que o programa eleitoral da coligação que junta Livre e BE à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia numa lista encabeçada por João Martins prevê "passar esses edifícios para o parque público" e "fora do mercado especulativo".

"Aí há um papel muito importante das Câmaras. Mas se for só pela desregulação, se for só pelo que é o trabalho que Luís Montenegro queria fazer com a lei dos solos, basicamente o que estamos é ocupar terrenos para construir mal quando ainda não reabilitámos o que poderíamos reabilitar", contrapôs.

O deputado confessou que "a sua expectativa" está agora no governador de saída, Mário Centeno, que "a partir de hoje me parece que é um homem livre".

Tavares não quis especificar se estava a incentivar Centeno a mudar de ideias em relação a uma possível candidatura presidencial, dizendo apenas que "há uma reflexão muito importante a fazer que tem a ver precisamente com a política no nosso país" e que toda a gente é necessária nessa reflexão.

Mário Centeno já afirmou, em janeiro, que não estava disponível para uma candidatura a Belém. O Livre ainda não escolheu um candidato a apoiar nas eleições presidenciais.

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