Relatório contou com os votos a favor dos grupos parlamentares do PSD, CDS-PP, Chega e IL. O PS absteve-se.
A Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP) deu esta quinta-feira parecer positivo à escolha de Álvaro Santos Pereira como governador do Banco de Portugal, tendo o PS decidido abster-se.
A Lei Orgânica do BdP obriga o parlamento a emitir um parecer fundamentado antes de o executivo formalizar a nomeação do governador, documento que foi votado esta quinta-feira na COFAP.
O relatório contou com os votos a favor dos grupos parlamentares do PSD, CDS-PP, Chega e IL. O PS absteve-se.
A bancada socialista propôs que as conclusões incluíssem uma referência sobre a liberdade política dos funcionários do BdP, para deixar explícito que o governador não pode limitar "direitos, liberdade e garantias", mas a iniciativa foi chumbada com os votos contra do PSD, CDS-PP, Chega e IL.
A nota final que o PS queria incluir referia: "A Assembleia da República sublinha, a este propósito, que o indigitado, enquanto governador do Banco de Portugal, deve pautar a sua atuação pelo simples cumprimento do estabelecido no Regulamento de Conduta do Banco de Portugal, com respeito pelos princípios constitucionais consagrados, que garantem a todos os cidadãos o direito de participação política, com limitações estritas e excecionalmente previstas, e que em nada afetam os funcionários e agentes do Banco de Portugal".
O documento base que emite o parecer positivo, e que acabou por ser aprovado sem alterações, foi redigido pelo deputado do Chega Eduardo Teixeira.
O documento refere que a Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, a partir "das respostas dadas às questões formuladas" e a partir "do escrutínio" sobre a nota biográfica de Álvaro Santos Pereira, reconhece que o economista tem a "competência e experiencia técnica" para ocupar o lugar, sucedendo a Mário Centeno.
A proposta de alteração ao relatório proposta pelo PS relacionava-se com o facto de, durante a audição parlamentar de Santos Pereira na COFAP em 17 de setembro no âmbito do processo de nomeação, o economista ter dito que os funcionários do banco central não devem estar envolvidos em política ativa para salvaguardar a independência da instituição.
Antes da votação desta quinta-feira, a deputada do PS Marina Gonçalves defendeu que "seria pertinente" o relatório incluísse nas conclusões "um principio abstrato" de que no exercício das funções de governador não fossem colocadas em causa quaisquer limitações de "direitos, liberdade e garantias".
O deputado do PSD Hugo Carneiro disse que seria de "bom tom" manter a metodologia adotada durante a nomeação de Mário Centeno em 2020, limitando o relatório à descrição do que aconteceu na reunião. Em relação à proposta de alteração do PS, considerou que o assunto "ficou ultrapassado" pelo facto de o documento incluir declarações em que Santos Pereira garante que não irá pedir a filiação partidária de ninguém no BdP.
O deputado do CDS-PP Paulo Núncio também criticou a inclusão do parágrafo proposto pelo PS, considerando que não faria "nenhum sentido".
O relatório transcreve uma passagem em que Santos Pereira refere: "Sobre o meu livro, em relação à filiação partidária entre os funcionários do Banco de Portugal. Eu obviamente não, é uma questão que eu não vou pedir filiação partidária de ninguém do Banco de Portugal. Agora, entendo que quem está a trabalhar no Banco de Portugal não deve estar envolvido em política ativa, ok? E, portanto, se alguém estiver no Banco de Portugal decidir que quer participar, decidir que quer trabalhar ativamente com partidos, eu acho que essa é uma questão que tem que se ver".
Álvaro Santos Pereira foi ministro da Economia de 2011 a 2013, no Governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho. Era economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) quando, em 24 de julho deste ano, o Governo de Luís Montenegro (PSD-CDS-PP) anunciou a sua escolha para suceder a Centeno.
De acordo com a Lei Orgânica do Banco de Portugal, o governador é designado por resolução do Conselho de Ministros, sob proposta do membro do Governo responsável pela área das finanças, depois de o Governo receber um "parecer fundamentado da comissão competente da Assembleia da República", neste caso, a COFAP. Foi no âmbito da realização deste parecer que Álvaro Santos Pereira foi ouvido no parlamento em 17 de setembro.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.