page view

"Sistema não está a responder às necessidades mínimas": Falta de professores deixa mais de um milhão de alunos sem aulas

Acumulado de alunos com falta de professores é superior ao verificado no ano letivo anterior.

29 de junho de 2025 às 12:09

Mais de um milhão de alunos foram penalizados pela falta de docentes ao longo do último ano letivo a pelo menos uma disciplina, estima a Federação Nacional de Professores (Fenprof), que considera que "o sistema não está a responder às necessidades mínimas". O balanço por parte dos docentes ao período letivo que terminou em junho é "negativo", adianta a Federação.

"A promessa de garantir estabilidade no corpo docente e reduzir os períodos sem aulas não se concretizou. Pelo contrário: o problema agravou-se", afirmou a organização sindical em comunicado. 

Os dados apresentados pela Fenprof revelam que só no 1.º período, a estimativa do número alunos sem aulas, a pelo menos uma disciplina, ascendeu a 826 mil. Já no 2.º foram 402 mil e, no 3.º, cerca de 150 mil.

A Fenprof olha para o próximo ano letivo com "muita preocupação". O Governo não chegou a divulgar dados da autoria em relação ao número de estudantes que ficou sem aulas, inicialmente prevista para março e depois para o final de abril. Os dados referentes ao ano letivo 2023/2024 foram contestados pela oposição e por organizações sindicais e, na sequência de um pedido de esclarecimento, os serviços do ministério forneceram outros números, o que motivou o pedido de auditoria, até agora sem adiantamentos. A Fenprof considera que a situação revela "uma preocupante falta de transparência e responsabilidade política", lê-se em comunicado.

A Fenprof estima que existiu um aumento de quase mais 50 mil alunos sem docentes, face aos dados do ano letivo anterior. O problema é mais notório em Setúbal, Faro e Lisboa, embora nenhum distrito passe ao lado das dificuldades na substituição dos professores, afirmou a organização sindical. 

A Fenprof reitera que "é urgente passar das palavras aos atos" e valorizar a profissão docente, garantindo "condições de trabalho dignas e atrativas e assegurar estabilidade nas escolas".

No seu entender, estas medidas "não podem continuar a ser adiadas, sob pena de milhares de crianças e jovens continuarem a ser altamente prejudicadas".

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8