Ausência da questão da redução dos combustíveis fósseis na declaração final tem criado polémica. Por isso vários países seguiram proposta da Colômbia.
Num motim generalizado contra a presidência brasileira da conferência mundial do clima (COP30) que está a decorrer na cidade de Belém do Pará e à proposta de declaração final apresentada pelo Brasil, considerada fraca e omissa, 80 países já aderiram a uma COP30 paralela anunciada esta sexta-feira pela Colômbia.
O anúncio da criação de uma conferência alternativa à realizada oficialmente pelo governo de Lula da Silva levou os ânimos entre as 140 delegações de países ao rubro, depois de vários dias de clima já bastante tenso por o Brasil não ter incluído na declaração propostas para reduzir o uso de combustíveis fósseis.
“Se não enfrentarmos o problema nos olhos, o que significa dizer que os combustíveis fósseis são a parte mais importante das emissões globais causadoras do aquecimento global, não estaremos realmente a lidar com o problema", declarou a ministra do Ambiente da Colômbia, Irene Velez, muito aplaudida pelos negociadores e jornalistas presentes no salão aberto destinado a entrevistas na COP30, ao anunciar que o seu país vai realizar uma conferência alternativa.
Ao seu lado durante o anúncio estavam ministros de outros 25 países, que deram as mãos em sinal de união à proposta colombiana. Ao todo, pelo menos 80 dos 140 países que enviaram delegações de alto nível à COP30 já se declararam contra a proposta brasileira de declaração final, que deixou de fora o ponto mais importante desta reunião mundial sobre mudanças climáticas, o mapa de ações concretas, metas e prazos para os países reduzirem o uso de combustíveis fósseis altamente poluentes, entre eles o petróleo e o carvão.
A situação é tão tensa entre as delegações que se opõem à presidência brasileira da conferência e ao próprio presidente Lula da Silva que negociadores de vários países têm-se reunido em cafés, cervejarias e até numa padaria fora da sede da COP30 e não nas dependências oficiais do evento.
O posicionamento de Lula da Silva na COP30 tem sido muito criticado, pois ao mesmo tempo que exige que os outros países abandonem o uso do petróleo, autorizou em outubro a exploração em larga escala de poços de petróleo na chamada Foz do Amazonas, uma área ainda intacta que pode ser devastada só com o início da prospecção, mesmo que não ocorra acidente algum.
Com início no dia 10, a COP30 deveria encerrar esta sexta-feira, mas ninguém sabe se o será e em que circunstâncias. Até agora não foi feito qualquer avanço, não há acordo sobre os pontos mais importantes, como a transição energética e o financiamento climático, e as negociações entre os países decorrem em clima de hostilidade aberta, enquanto a presidência brasileira continua a adotar uma postura considerada sem objetivos e avanços concretos, tentando agradar a todos sem agradar a ninguém. Lula da Silva, entretanto, deixou a conferência à beira de um fracasso escandaloso e viajou para a África do Sul para mais uma reunião do G20.
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