Segundo o candidado, o documento aprovado na quinta-feira tem como intuito "não gerar ondas".
O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo considerou, esta sexta-feira, que o Orçamento do Estado para 2026 é uma "oportunidade perdida" e não tem "um princípio de reforma digna desse nome", afirmando que serve apenas para "não gerar ondas".
Em declarações aos jornalistas durante uma visita à Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), em Lisboa, João Cotrim Figueiredo considerou que o Orçamento do Estado para 2026, aprovado esta quinta-feira em votação final global na Assembleia da República, tem como intuito "não gerar ondas".
"E a situação de Portugal, e poderia dizer na Europa, não se compadece com não fazer ondas. Nós precisamos de facto de alterar as coisas e reformar as coisas estruturalmente e desafio-vos a encontrar neste orçamento algum princípio de reforma digna desse nome", disse.
O candidato presidencial, apoiado pela IL, lamentou que se tenha "acabado o orçamento a discutir se há abolição de portagens ou o congelamento das propinas", salientando que, apesar de essas matérias poderem ter "toda a importância para o dia-a-dia de alguns concidadãos", "não são certamente as reformas de fundo de que o país precisa".
"Portanto, nesse sentido acho que é uma oportunidade perdida e, enquanto Presidente da República, farei sempre questão de dar ânimo aos governos que estiverem em funções para terem a coragem de ser reformista", prometeu.
João Cotrim Figueiredo falava aos jornalistas logo após ter visitado um auditório da ESCT, onde alguns estudantes estavam a ensaiar música.
À saída do auditório, assim que Cotrim Figueiredo começou a falar aos jornalistas, os estudantes colocaram músicas como as senhas do 25 de Abril -- "Grândola Vila Morena" ou "Depois do Adeus" -- ou "Os Vampiros", de José Afonso, que foram subindo de intensidade à medida que as declarações se prolongavam.
Depois de dizer aos jornalistas que, nesta visita à ESCT, não esperava "nada mais do que música", João Cotrim Figueiredo defendeu que a sua candidatura é a única "que tem a cultura como um dos seus pilares".
"Cultura, conhecimento e crescimento económico são os três 'C' da minha candidatura e a ordem não é indiferente. Acho que um país que não tem na sua cultura a base não só da identidade, mas da projeção no futuro, não só não sabe de onde vem, mas sobretudo não consegue decidir para onde é que vai", afirmou.
Questionado se lhe parece que um Governo deveria ter um ministro exclusivamente da Cultura, o que não acontece no atual executivo, Cotrim Figueiredo disse ter uma "opinião um bocadinho controversa" por achar que "as questões verdadeiramente importantes não se resumem no ministério".
"Aliás, quanto mais se concentram no ministério, menos importância têm porque é mais um ministério a sentar-se à mesa do Orçamento e a tentar defender a sua dama. As coisas verdadeiramente importantes têm de ser transversais a todos os ministérios", disse, defendendo que, quanto mais a cultura estiver concentrada num ministério, "mais parece que só há um responsável por essa matéria dentro do Governo".
Nestas declarações aos jornalistas, Cotrim Figueiredo criticou ainda uma sondagem divulgada esta quinta-feira pelo Expresso e a SIC que lhe dá 3%, considerando-a "absolutamente inacreditável" e com vários problemas técnicos, entre os quais o facto de a taxa de resposta "andar na casa dos 27%".
O candidato presidencial disse não criticar a sondagem por lhe dar um resultado bom ou mau, mas porque contraria todas as outras que têm surgido e lhe dá "um resultado inferior ao que tinha antes de anunciar a candidatura".
"A pergunta que faço é: isto é um erro técnico que os responsáveis têm de vir explicar ou é, de alguma forma, uma tentativa de justificar que o voto útil deve, desde já, começar a jogar um papel nestas eleições?", perguntou.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.