Anas al-Sharif, correspondente da Al Jazeera e um dos principais rostos da cobertura jornalística do conflito num território vedado à imprensa internacional, foi o alvo principal do ataque. Israel diz que era “terrorista”.
O correspondente principal da Al Jazeera em Gaza, Anas al-Sharif, e outros cinco colegas foram ontem mortos num ataque aéreo cirúrgico e deliberado das forças israelitas contra a tenda onde dormiam, em Gaza, num ataque que provocou manifestações de choque e repúdio em todo o Mundo.
Um muro crivado de estilhaços, colchões ensanguentados e ventoinhas retorcidas pela força da explosão foi tudo o que restou do abrigo improvisado onde pernoitavam os jornalistas, junto ao Hospital de al-Shifa, na Cidade de Gaza, atingido por um ou mais mísseis durante a madrugada. Além de al-Sharif, morreram ainda o jornalista Mohammed Qreiqeh e três operadores de câmara, todos funcionários da Al Jazeera, um jornalista freelancer local e uma outra pessoa não identificada.
Ao contrário do que é habitual em incidentes que causam a morte de jornalistas, Israel reivindicou imediatamente o ataque, confirmando que se tratou de uma ação deliberada. “Anas al-Sharif liderava uma célula terrorista do Hamas responsável por planear ataques com ‘rockets’ contra civis e militares israelitas”, diz um comunicado das Forças de Defesa de Israel, acompanhado por documentos que, alegadamente, provam a ligação do jornalista ao Hamas.
Desde o início da guerra, al-Sharif tornou-se um dos principais rostos internacionais do conflito através das suas reportagens na Al Jazeera, que transmitiam para o exterior todo o sofrimento da população civil de Gaza. Tanto ele como a cadeia de televisão para a qual trabalhava negaram repetidamente as alegações israelitas de que pertencia ao Hamas.
A Al Jazeera homenageou “um dos jornalistas mais corajosos de Gaza” e disse que o ataque foi “uma tentativa desesperada para silenciar a voz do povo palestiniano antes da ocupação total de Gaza”. Já a organização Repórteres Sem Fronteiras condenou o “assassinato seletivo” levado a cabo por Israel, enquanto o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos condenou “o assassinato de seis jornalistas palestinianos peloExército israelita”, afirmando que constitui “uma grave violação do direito internacional humanitário”.
Desde o início do conflito em Gaza já morreram pelo menos 242 jornalistas palestinianos, mais do que nas duas guerra mundiais e nas guerras do Vietname, ex-Jugoslávia e Afeganistão combinadas.
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