Terras situam-se no Vale do Jordão, uma área tradicionalmente povoada por agricultores palestinianos.
O Governo israelita reivindicou esta sexta-feira 800 hectares de terras na Cisjordânia, a maior ocupação em território palestiniano desde os acordos de paz de Oslo, em 1993, segundo a organização israelita anti-colonização Peace Now.
O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, uma figura da extrema-direita que dirige o departamento do Ministério da Defesa que autoriza os colonatos.
As terras em questão situam-se no Vale do Jordão, uma área tradicionalmente povoada por agricultores palestinianos e que Israel pretende anexar ao colonato vizinho de Yafit.
O território declarado como "terras do Estado" de Israel junta-se aos 264 hectares reivindicados a 29 de fevereiro entre os colonatos de Maale Adumim e Keidar, perto de Jerusalém.
Esta é a maior área de terras palestinianas designada como parte do projeto colonial israelita na Cisjordânia desde os Acordos de Oslo, denunciou a organização não-governamental (ONG) israelita Peace Now, que documenta a colonização nos territórios palestinianos ocupados por Israel desde 1967.
O Peace Now garante que, com o novo Governo de Benjamin Netanyahu, apoiado pela extrema-direita dos colonos, o ano 2024 já estabeleceu um recorde para a extensão de terras declaradas como estatais.
O ministro das Finanças israelita anunciou também a aprovação de 3.500 casas adicionais nesses colonatos, em retaliação pelo ataque palestiniano do mês passado na entrada de Maale Adumim, que matou um colono.
"A declaração de terras estatais é um dos principais métodos pelos quais o Estado de Israel procura afirmar o controlo sobre os territórios ocupados", explicou a Peace Now, citada pela agência de notícias espanhola Efe.
As terras declaradas do Estado deixam de ser consideradas propriedade privada aos olhos de Israel, sendo os palestinianos impedidos de as usar, já que o Estado apenas as aluga aos israelitas para expandir os colonatos, que são ilegais à luz dos critérios internacionais.
Na década de 1980, Israel declarou milhares de hectares como terras estatais, algo que o Governo do então primeiro-ministro israelita Isaac Rabin suspendeu em 1992 para facilitar as negociações de paz que levaram aos Acordos de Oslo.
Estes acordos contemplavam a criação de um Estado palestiniano nas fronteiras de 1967.
No entanto, Netanyahu regressou ao método dos colonatos em 1998 e, desde então, mais de 4.000 hectares de terras palestinianas tornaram-se propriedade do Estado.
"Netanyahu e Smotrich estão determinados a lutar contra o mundo inteiro e contra os interesses do povo de Israel em benefício de um punhado de colonos que recebem centenas de hectares como se não houvesse conflito político a resolver ou uma guerra a terminar", lamentou a Peace Now.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) -- que governa pequenas áreas da Cisjordânia -- condenou a decisão anunciada pelo ministro Smotrich, ainda mais por ter sido feito a poucas horas da chegada a Israel do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, para promover um cessar-fogo em Gaza.
"O plano israelita de expansão dos colonatos é um crime no verdadeiro sentido da palavra. Faz parte de uma política oficial para anexar a Cisjordânia e excluir a oportunidade de materializar o Estado palestiniano", referiu a ANP.
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