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Rio pede esclarecimentos sobre situação de acolhimento de refugiados em Setúbal ainda sem falar em investigação

"Foi assim, não foi assim, isso tem de ser esclarecido, ainda não ia para a palavra investigar", acrescenta Rio.

29 de abril de 2022 às 16:17

O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu esta sexta-feira que deve ser esclarecida a situação do acolhimento aos refugiados russos na Câmara Municipal de Setúbal, mas preferiu ser prudente e não recorrer já à palavra investigação.

Questionado pelos jornalistas no parlamento, Rio disse querer ter "alguma prudência" em relação à notícia hoje divulgada pelo semanário Expresso.

"Aquilo lá está obriga a que se esclareça, não vou dizer investigue, que é uma suspeita brutal. Se realmente havia alguém ligado ao regime russo a questionar ucranianos sobre eles e, principalmente, aos familiares que lá ficaram, isso seria insustentável", considerou.

"Foi assim, não foi assim, isso tem de ser esclarecido, ainda não ia para a palavra investigar", acrescentou Rio.

No parlamento, o PSD já anunciou que vai pedir a audição parlamentar do presidente da Câmara de Setúbal e da embaixadora da Ucrânia, e solicitar esclarecimentos, por escrito, ao gabinete do primeiro-ministro, que tutela o Alto Comissariado para as Migrações.

Segundo revelou hoje o jornal Expresso, pelo menos 160 refugiados ucranianos já terão sido recebidos por Igor Khashin, antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Yulia Khashin, funcionária do município setubalense.

De acordo com o Expresso, Igor Khashin, líder da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo), subsidiada desde 2005 até março passado pela Câmara de Setúbal, e a mulher terão, alegadamente, fotocopiado documentos de identificação dos refugiados ucranianos, no âmbito da Linha de Apoio aos Refugiados da Câmara Municipal de Setúbal.

De acordo com o Expresso, Igor Khashin e a mulher terão também questionado os refugiados sobre os familiares que ficaram na Ucrânia, mas a Câmara Municipal de Setúbal garante que "nunca foi feita tal pergunta".

O jornal Expresso refere ainda que Igor Khashin é um dirigente associativo com dupla nacionalidade, que se apresenta como "gestor de projetos", e que as associações a que terá estado ligado estavam nos sites da Ruskyi Mir e da Rossotrudnichestvo, instituições estatais criadas pelo Kremlin para divulgar a cultura e o mundo russos, mas que, segundo fontes citadas pelo jornal, "podem servir de cobertura a elementos dos serviços secretos" da Rússia.

A secretária de Estado da Igualdade e Migrações enviou hoje ao Alto Comissariado para as Migrações (ACM) um pedido de esclarecimento na sequência da notícia de que refugiados ucranianos estão a ser recebidos em Setúbal por russos pró-Putin.

Em comunicado, o gabinete da secretária de Estado Sara Guerreira indica que o pedido foi dirigido à alta-comissária, Sónia Pereira, com caráter de urgência.

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