Chamava-se Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini e nasceu em Concesio, Itália. Morreu de ataque cardíaco.
Chamava-se Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini e nasceu em Concesio, Itália. Morreu de ataque cardíaco.
“É ainda de recear que o homem, habituando-se ao uso das práticas anticoncecionais, acabe por perder o respeito pela mulher e, sem se preocupar mais com o equilíbrio físico e psicológico dela, chegue a considerá-la como simples instrumento de prazer egoísta e não mais como a sua companheira, respeitada e amada”, lê-se na encíclica ‘Humanae Vitae’, sobre a regulação da natalidade, publicada a 25 de julho de 1968. E mais se diz: “Se quiserem refletir nas consequências dos métodos da regulação artificial da natalidade, considerem, antes de mais, o caminho amplo e fácil que tais métodos abririam à infidelidade conjugal”. É de Paulo VI esta Encíclica que defende a visão tradicional da Igreja sobre métodos anticoncecionais, que condenou, e sobre o aborto, que continua a condenar. A Encíclica também serviu de base para outros dois documentos do Magistério da Igreja: as Instruções Donum vitae e Dignitas personae, ambas sobre moral sexual e ética reprodutiva. Não foi apenas desta encíclica que se fizeram os quinze anos de pontificado de Paulo VI (1963 - 1978), mas marcou-os indelevelmente.
“Vim como peregrino para rezar humilde e fervorosamente pela paz na Igreja e pela paz do mundo. É com saudade que deixo a acolhedora terra portuguesa, depois desta breve, mas inesquecível peregrinação”. Assim falou Paulo VI, o primeiro Papa a viajar de avião e a visitar Fátima, a 13 de maio de 1967, um sábado. Foi uma peregrinação privada. Portugal estava de relações cortadas com a Santa Sé - ainda que tenha havido um breve encontro entre o Santo Padre e Salazar no santuário - na sequência da visita de Paulo VI à União Indiana, que, anos antes, tinha invadido Goa, Damão e Diu, então territórios portugueses. Nada que tivesse abalado a fé dos milhares de fiéis que acorreram à Cova da Iria, onde ouviram palavras de paz e esperança.
O nosso olhar abraça o mundo todo: não queremos que a nossa caridade tenha fronteiras e, neste momento, estendemo-la à humanidade inteira, a todos os governantes e a todos os povos da terra
A ‘guerra fria’ com o Estado Novo’ não acabou na visita A Fátima. Anos mais tarde, em 1970, na Conferência Internacional de Solidariedade com os Povos das Colónias Portuguesas, Paulo VI recebeu os líderes dos movimentos de libertação do PAIGC (Amílcar Cabral), Frelimo (Marcelino dos Santos) e MPLA (Agostinho Neto).
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“Surpresa e profunda mágoa em toda a nação portuguesa. Insólito e lamentável - o Papa recebeu terroristas responsáveis pela chacina de milhares de cristão”, titulava um jornal à época. Marcello Caetano, então presidente do Conselho de Ministros, desvalorizou o encontro, garantindo que o mesmo “não teve qualquer significado político”. Reformador, austero e discreto, Giovanni Battista Montini, o ‘Papa da Modernidade’, como lhe chamou Francisco, nasceu a 26 de setembro de 1897, em Concesio, perto de Bréscia, Itália, e foi ordenado padre antes de completar 23 anos, em 1920.
Formado em direito canónico (1922) e em direito civil (1924), dedicou particular atenção, enquanto arcebispo de Milão, aos problemas do mundo do trabalho, da imigração e das periferias, onde promoveu a construção de mais de cem igrejas. Já na cadeira de Pedro, para a qual foi eleito a 21 de junho de 1963, “a sua vontade de diálogo dentro da Igreja, com as diversas confissões e religiões e com o mundo esteve no centro da primeira encíclica ‘Ecclesiam suam’ de 1964, seguida por outras seis, entre elas a ‘Populorum progressio’ de 1967, sobre o desenvolvimento dos povos, que teve ampla ressonância”, lê-se no perfil biográfico no site do Vaticano. É um documento histórico, que, em boa medida, se mantém atual, no que toca, por exemplo, àquilo que designou de “dura realidade da economia moderna”. Ali se lê, por exemplo, que “os povos ricos gozam de um crescimento rápido, enquanto os pobres se desenvolvem lentamente. O desequilíbrio aumenta: alguns produzem em excesso géneros alimentícios, que faltam cruelmente a outros”. Ou ainda: “O conflito das gerações agrava-se assim com um trágico dilema: ou guardar instituições e crenças atávicas, mas renunciar ao progresso, ou abrir-se às técnicas e civilizações vindas de fora, mas rejeitar, com as tradições do passado, toda a sua riqueza humana. (...) Nesta confusão, torna-se mais violenta a tentação, que talvez leve a messianismos fascinantes, mas construtores de ilusões”, advertiu.
Paulo VI morreu a 6 de agosto de 1978, na residência de Castel Gandolfo. O funeral realizou-se seis dias depois, na Praça de São Pedro. O 262º Papa foi beatificado em 19 de outubro de 2014 e canonizado em 14 de outubro de 2018 pelo Papa Francisco.
Na capela da Sagrada Família da igreja dos Congregados, na cidade do Porto, encontra-se o túmulo do corpo mumificado, ricamente vestido, do Papa São Clemente, mártir. Disse-se durante muito tempo que era o único Papa a repousar longe do Vaticano, o que não é verdade. Para além disso, há também ossadas, deste que foi o quarto papa da Igreja, em Roma e em Kiev.
Nasceu em Tuscia, no centro de Itália, quando Cristo tinha dez anos. Foi “eleito”, ou seja, escolhido pelos seus pares, como bispo de Roma, quando São Pedro morreu, no ano 67. Tertuliano indica São Clemente I como o sucessor de Pedro, mas o nome Lino é referido por Ireneu e por São Paulo, na segunda Carta a Timóteo.
O primeiro Conclave formal da História da Igreja Católica teve lugar em janeiro de 1276, após a morte do Papa Gregório X e segundo regras aprovadas em 1274. Foi a primeira vez que os cardeais de fecharam “com chave” para a eleição do bispo de Roma. E o primeiro papa eleito em conclave foi o cardeal francês Pierre de Tarentaisee, que escolheu o nome Inocêncio V e governou a Igreja apenas cinco meses.
Apesar de ser lugar de residência do Papa desde 1377, o Vaticano, como Estado soberano, foi oficialmente fundado em 11 de fevereiro de 1929, com a assinatura do Tratado de Latrão entre o Papa Pio XI e Benito Mussolini. Esse tratado reconheceu a independência da Cidade do Vaticano e encerrou a chamada “Questão Romana”, que envolvia disputas entre a Igreja e o Reino da Itália. Faz cem anos em 2029.
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