Sofria de epilepsia, mas Nossa Senhora curou-o. São Vicente Pallotti disse-lhe que ia ser Santo Padre.
Sofria de epilepsia, mas Nossa Senhora curou-o. São Vicente Pallotti disse-lhe que ia ser Santo Padre.
Foi batizado no mesmo dia em que nasceu, a 13 de maio de 1792, em Senigallia (Itália), o Santo Padre com o pontificado mais longo da história, 31 anos, 7 meses e 22 dias - não considerando São Pedro, o primeiro Papa. Foi também o chefe da Igreja Católica a ser fotografado.
Filho dos nobres Mastai Ferretti, Giovani Maria foi forçado a abandonar os estudos, já em Roma, onde prosseguia a sua formação, quando se começaram a manifestar os sinais de epilepsia. Tinha 20 anos e o parecer dos médicos deixava poucas esperanças: a doença era incurável e o fim estava próximo.
Foi por essa altura que teve um encontro providencial como padre Vicente Pallotti - beatificado em janeiro de 1950 pelo Papa Pio XII e canonizado 13 anos mais tarde pelo Papa João XXIII. Disse ao jovem Giovani Maria que um dia seria Papa.
Não é claro se foi o sacerdote italiano que lhe sugeriu uma peregrinação à Santa Casa de Loreto para pedir um milagre a Nossa Senhora, se foi a decisão foi tomada por iniciativa própria. Certo é que após a viagem Giovani Maria a Loreto, onde pediu a Nossa Senhora sua cura completa e imediata, os ataque de epilepsia foram-se tornado mais raros, até que desapareceram por completo. “Virgem de Loreto curou-o da enfermidade”, como se pode ler na biografia oficial do Vaticano.
A profecia de Vicente Pallotti, que morreu em 1850 e cujo corpo permanece incorrupto, cumpriu-se. GIovani Maria Mastai Ferretti foi eleito Papa a 16 de junho de 1846, tendo dirigido os destinos da Igreja Católica até à sua morte, a 7 de fevereiro de 1878.
Na cerimónia de beatificação de Pio IX, a 3 de setembro de 2000, o Papa João Paulo II deixou-nos o lema de vida do Santo Padre com o pontificado mais longo da história, depois de S. Pedro.
Gostava de dizer a quem lhe estava próximo: ‘nas coisas humanas é necessário contentarmo-nos em fazero melhor que se pode e no resto abandonarmo-nos à Providência, que curará os defeitos e as insuficiências do homem
Nascido no seio da nobreza, Giovanni Maria, desde muito novo, um exemplo de vida e devoção e fé: “Lutar contra o pecado, evitar qualquer situação perigosa, estudar ‘não por ambição de saber’ mas para o bem dos demais, abandono de si mesmo nas mãos de Deus”, como sublinha a sua biografia oficial.
Ordenado padre em 1819, partiu no ano seguinte para o Chile, para acompanhar o núncio apostólico, D. Giovanni Muzzi, e ali permaneceu até 1825. Nas palavras de monsenhor Pietro Capraro, “poucos puderam ser escolhidos no seu lugar, dotado como era de profunda e sólida piedade, doçura de caráter, prudência e clarividência..., grande zelo, desejo de servir a Deus e de ser útil ao próximo”.
Em 1840 foi nomeado cardeal e a 16 de junho de 1846 eleito Papa, sucedendo a Gregório XVI. Tinha 54 anos. Um coração bondoso, que rapidamente conquistou a simpatia do povo. Defensor intransigente dos valores da Igreja e da doutrina católica, cedo deu mostras de um pontificado afirmativo e interventivo - pese embora o ambiente político em Itália viver tempos conturbados, que o obrigaram, inclusive, a refugiar-se dois anos em Gaeta, na região italiana de Lázio, quando, em 1848, se instalou em Roma a “República Romana dos Mazzini”, recorda o Vaticano. Se a situação política era um vulcão, a Igreja também estava debaixo de fogo.
“Nenhum de vós, Veneráveis Irmãos, ignora a amarga e terrível guerra travada contra a Igreja Católica nesta nossa época, homens unidos uns aos outros em ímpia união, adversários da sã doutrina, desdenhosos da verdade (...), disseminando erros entre o povo”, escreveu na sua primeira encíclica, onde abordou (já nessa altura) a questão do celibato dos padres.
A horrível conspiração contra o sagrado celibato dos clérigos, fomentada, oh, que dor!, mesmo por alguns homens da Igreja,
miseravelmente alheios à sua dignidade e cedendo às seduções da voluptuosidade
Fala, também, da “instituição perversa do ensino nas disciplinas filosóficas, pela qual a juventude incauto é corrompida” e da “nefasta doutrina do comunismo, como dizem, que é mais oposta à própria lei natural: uma vez admitida, os direitos de todos, coisas, propriedade, na verdade a própria sociedade humana seriam abalados”, alertava Pio IX.
Voltaria à crítica e à condenação noutras encíclicas, com especial relevo para a famosa “Quanta Cura”, onde enumerou os “principais erros da nossa época” (’Syllabus of Errors’): um corte da Igreja com as pontes do pensamento moderno.
Na segunda metade do pontificado, convocou o Concílio Vaticano I, de onde sobressai a adoção do dogma da infalibilidade dos papas nas matérias referentes à fé e à moral cristãs. Sempre que o Papa fala na condição de sucessor de Pedro, as suas palavras não podem ser negadas e devem ser professadas pelos católicos como definitiva.
Com o fim da soberania política da Igreja sobre os Estados Pontifícios, em 1870, limitando o seu poder ao Vaticano (que hoje conhecemos), Pio IX não mais saiu do pequeno país, considerando-se um prisioneiro. Morreu a 7 de fevereiro de 1887.
Alexandre VI liderou a Igreja por apenas 11 anos (1492-1503), mas é considerado o papa mais controverso da História. Para além de ter usado a sua posição para enriquecer e consolidar o poder da sua família, os Borgia, foi acusado de nepotismo e corrupção. Mas perduraram suspeitas muito mais graves: filhos ilegítimos, relações incestuosas e até assassinatos.
Eleito papa a 3 de setembro de 1914, menos de três meses após o início da I Grande Guerra, Bento XV empenhou-se afincadamente em tentar evitar que o assassinato do arquiduque Francisco Fernando desse origem a um conflito de grandes dimensões. Como não conseguiu, apostou no apoio aos feridos e suas famílias, o que deixou o Vaticano à beira da falência.
Conhecidos pela sua disciplina e lealdade, guardas suíços foram escolhidos pelo papa Júlio II para a criação da guarda pontifícia. Foi em 1506. E daí para cá, a tradição nunca foi quebrada. Ao longo da História, muitos deram a vida na defesa do papa. Atualmente é composta por cerca de 140 soldados, que passam por treino militar rigoroso e seguem um código de conduta restrito.
O Vaticano possui diversos serviços, entre os quais um banco, um posto dos Correios e uma estação de comboios. Esta foi inaugurada em 1934, durante o papado de Pio XI. No entanto, o uso do comboio é bastante limitado. A linha ferroviária liga o Vaticano à rede ferroviária italiana, mas é usada principalmente para transporte de mercadorias e em eventos especiais.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.