Dia 6: "Hoje já sabíamos ao que íamos"

Francisca Oliveira, 14 anos, e José Oliveira, 49 anos, estão a fazer um interrail pela Europa. E contam tudo no site do Correio da Manhã

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"Saímos um pouco mais tarde do que o normal e seguimos diretamente para a AlexandrerPlatz.

Esta praça passou a ser a nossa referência, ponto de partida e chegada. Fomos ficando até a hora do almoço, assistindo aos espectáculos que se sucediam.

O plano traçado foi o seguinte: ir para outro lado da cidade, na antiga Berlin Ocidental, a Kurfurstrendamm.

Assim fizemos. Fomos de táxi-bicicleta. Quarenta minutos de viagem. Passamos por locais que já conhecíamos e atravessamos o Tiergarten, que é o equivalente ao CentralPark em Berlin, e fomos parar perto da Kaiser Wilhelm Gedachtniskiche, uma igreja que foi bombardeada e destruída na Segunda Guerra Mundial e que nunca foi recuperada e assim se mantém.

As diferenças entre as antigas duas cidades de Berlin Ocidental e Oriental continuam a existir e são muito visíveis.

Hoje conhecemos um pouquinho melhor a parte Ocidental. A Kurfurstrendamm é uma zona de muitas lojas, centros comerciais, o KaDeWe, que é uma galeria onde estão representadas todas as lojas das marcas mais caras, sendo um local muito concorrido e onde entramos e saímos logo, tínhamos a cidade para abraçar.

A tarefa agora era regressar ao nosso ponto de referência a pé. O ânimo "na comitiva" estava em alta. Viemos seguindo as direções de Mitte, que será o equivalente a uma freguesia das nossas cidades. Começamos a descobrir uma cidade moderna, com estilo, com design, arquitetura contemporânea, até que chegamos a Postdamer Platz, uma avenida enorme, de prédios altos e logo no inicio com destaque vimos o Sony Centre, um edifício moderníssimo e espantoso. Pasmamos uma vez mais. O local pedia que parássemos. Ficamos aqui uns bons minutos e aproveitamos para tomar o primeiro gelado do dia.

Berlin tem uma característica, julgamos que não foi só um capricho para nos receber, que é alterar varias vezes por dia o estado do tempo. Hoje, tal como ontem, por umas 3 ou 4 vezes começou a chover e logo a seguir um sol quente, depois um ventinho frio. Digamos que a cidade é meteorologicamente temperamental e por isso andamos prevenidos com umas capinhas, que ora vestimos e logo tiramos.

Retomamos o caminho na direção da Leipziger Straße, seguindo sempre até chegarmos novamente a AlexandrerPlatz. Fomos, como sempre, sendo surpreendidos com pormenores ao longo do trajeto, que se tornou assim mais demorado.

Voltamos a parar em locais que ontem já tínhamos visto, mas agora de forma mais tranquila e menos sôfrega.

Já era final de tarde e antes de irmos jantar fizemos aquilo que se tornaria de certeza um hábito se por cá ficássemos: circular por entre as ruas, deixando-nos levar pelos fluxos de pessoas que vão de um para outro lado. Foi desta forma que descobrimos o Hackecher Markt, local que envolve um estação de metro e rodeado de bares e restaurantes, onde jantamos (mais uma vez testamos a cozinha germânica na esperança de mudar de opinião, o que não aconteceu).

Aqui, assistimos mais uma vez a uma serie de espectáculos com músicos de rua e dança. Ótimos artistas. Aliás, Berlin esta completamente cheia de gente a expor a sua arte por toda a cidade. Hoje encontramos até um poeta que fazia poemas de "rajada", sentado numa cadeirinha, vendendo-os a quem passava.

Passamos ainda por Hackesh Höfe, que é um conjunto de prédios interligados por vários pátios. Pela quantidade de pessoas que começava a chegar a esta zona, deverá ser um dos pontos importantes da noite Berlinense.

Já são 11 horas e regressamos ao hotel, fazendo o caminho ao longo de um dos canais que atravessam a cidade e por toda a sua margem havia vida, com bares, restaurantes e muita gente.

Berlin apaixonou-nos definitivamente. É uma cidade vibrante e viva. Pareceu-nos que se podia circular com segurança por toda a cidade.

Já quase nos sentimos Berlinenses. Gostamos da cidade toda, mas os artistas de rua por todas as praças e cantos, encheram-nos as medidas. Adoramos!!!!

Depois de mais um dia em cheio, vamos para a caminha pois amanhã temos mais uma longa viagem.

Praga, aí vamos nós."