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Dia 3: "Hoje vimos uma Paris mais francesa"

José e Francisca, pai e filha, escolheram o CM para relatar interrail pela Europa.

29 de julho de 2015 às 09:40

Francisca Oliveira, 14 anos, e José Oliveira, 49 anos, estão a fazer um interrail pela Europa. E contam tudo no site do Correio da Manhã.

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- "Hoje começamos o dia um pouco mais tarde. O cansaço do dia anterior fez-se sentir.

 

Decidimos que a primeira coisa a fazer era ir tratar da viagem de amanhã para Berlim. Assim foi. Está tratado. Como estavam esgotados os comboios diretos, teremos de fazer dois transbordos, um em Estrasburgo, onde ficaremos uma hora, e outro em Offenbourg onde teremos apenas oito minutos para mudar de comboio. A aventura das reservas de alojamento continua, pois ainda não temos confirmações.

Depois de tudo resolvido na Gare de L'Este, iniciamos a sério o novo dia.

 

O pai disse que íamos a um cemitério. Uma ideia completamente estapafúrdia, pensei. "Um cemitério, papá?!" Quem diria que achei o máximo.

O nome é Cemitério do Père-Lachaise e lá encontram-se os restos mortais de muita gente famosa. Pintores, escritores, atores, que o pai me foi falando e vimos numa enorme lista à entrada, mas o ponto alto da visita foi a romagem que fizemos à campa do Jim Morrison, vocalista dos Doors e de quem eu já conhecia as músicas e a personagem. Foi muito engraçado ver o tipo e a quantidade de pessoas que lá estavam.

Fomos de seguida para o "Quartier Latin" e por lá almoçamos. Perdemo-nos pelas ruas, passamos pelas Universidades, a Sorbonne, passeamos pelas margens do Sena e passamos por alguns dos locais inevitáveis: o Louvre, Le Palais Royale, Jardin de Tulieries a L'Opéra de Paris e andamos por aí durante horas.

Mais uma vez a grandiosidade, imponência dos edifícios e dimensão das avenidas continuou a deixar-nos maravilhados. Disse ao meu pai que ficava por cá um mês, pois tive a sensação de que faltou ver tudo.

Hoje vimos uma Paris mais francesa, se calhar pelos sítios por onde andamos e paramos. Deliciamo-nos outra vez com o que denominamos de "french style", que são aquelas pessoas, homens e mulheres, muito arranjadinhos e que circulam pela cidade de bicicleta, muito senhores de si. Encontramos também uma nova moda, que são as trotinetas com motor, Paris está cheia delas.

Rimos com os loucos condutores franceses. Um caos o trânsito, uma verdadeira guerrilha em que todos se atiram para a estrada como se não houvesse amanhã e quem quiser que se afaste, e apitam e gritam... um espetáculo ao longo de todo o dia.

Confirmamos também que o sushi não é apenas moda em Portugal, por aqui havia bichas pelos passeios para os restaurantes japoneses, literalmente.

Não chegamos a casa sem ir comer outro crepe, pois gostei imenso. Por aqui têm um "e ne sais quoi". Hoje comemos um crepe marrons e outro confiture, hummmm, deliciosos.

O pai andou durante todo o dia a trautear uma canção que dizia ter inventado. Ele canta mal, mas aquilo até ficou no ouvido e dizia assim: "first we take Paris, then we take Berliiiiiiin..."

Chegados a casa confessou que mentiu e que a música não era dele, mas de um senhor que se chama Leonard Cohen. Estivemos a ouvir o original, que é ligeiramente diferente. 

Antes de me despedir, o pai quer dizer alguma coisa."

 

- "Pois é, a Francisca tem sido uma companheirona e a nossa principal dificuldade tem sido o francês. O meu é péssimo e o vocabulário da Francisca vai pouco além de "Merci" e "S'il vou plait", contudo tem uma arma que desbloqueia qualquer situação e desarma qualquer  francês menos simpático, quando atira com o seu sorriso aberto, franco e feliz, que lhe ressalta da expressão, transborda pelos olhos e não há quem resista... estou safo."

- "Pai! Não me envergonhes.

Até amanhã."

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