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Dia 7: "Praga, estamos a chegar"

José e Francisca, pai e filha, escolheram o CM para relatar interrail pela Europa.

03 de agosto de 2015 às 10:51

Francisca Oliveira, 14 anos, e José Oliveira, 49 anos, estão a fazer um interrail pela Europa. E contam tudo no site do

Francisca Oliveira, 14 anos, e José Oliveira, 49 anos, estão a fazer um interrail pela Europa. E contam tudo no site do Correio da Manhã.

"Acordámos cedinho para nos podermos despedir desta nova paixão chamada Berlim. Um dia de sol brilhante.

 

Fomos passear ao longo do canal, tomamos o pequeno-almoço num café junto a uma pracinha onde havia um mercado de rua, havia artesanato, fruta e produtos regionais e aí fizemos umas comprinhas. Tivemos tempo de ir a uma loja de "souvenires" e trouxemos algumas lembranças.

 

Seguimos para a "Berlin Hauptbahnhof", estação de comboios de Berlim. Moderníssima, enorme, com múltiplos níveis e uma das maiores da Europa. 

Ficamos numa fila sem saber bem se havia comboios e quais os horários. Passada uma boa hora e meia, fomos atendidos e com boas notícias: havia um comboio que partia do piso - 1, às 14h44m e chegava as 19h50 e era direto.

Aqui sente-se o espirito do interrail, pois centenas de jovens, de mochilas as costas, aos grupos, aos magotes, cruzam-se, vão, vêm, uns deitados no chão, outros ofegantes e a correr, uma agitação, um corrupio.

 

A nossa carruagem era composta por vários compartimentos de 6 lugares. Depois de alguns incidentes com os lugares, lá nos sentámos. Partimos e iniciámos nova travessia da Alemanha, agora para sul, atravessando grande parte do que fora antigamente a RDA e onde pela janela se viam vestígios dessa antiga realidade, quer pelas localidades por onde íamos passando, as construções excessivamente sóbrias e pesadas, muitas unidades fabris e estações de comboio descativadas, contudo continuamos a ver uma paisagem intensamente cultivada, até que deixamos a planície e começamos a circular, serpenteando por um vale, no meio de um bosque verde e ladeados por um rio, o que ajudou a quebrar alguma monotonia visual.

 

O comboio ia "á pinha", muitas pessoas sem lugar iam nos corredores. No nosso compartimento iam além de mim e do pai, uma rapariga Australiana, gordinha e de óculos que andava a circular pela europa, duas raparigas alemãs, e um sujeito da Eslováquia.

 

Eu andava com uma vontade tremenda de falar com pessoas de outros países, mas conversar mesmo, sem ser aquelas frases de circunstância. De repente toca o telefone da rapariga alemã mais novinha e o toque era uma música dos Bastille, que eu adoro...

Com um nervosinho arranhar-me, pensei: "É agora, era isto que eu precisava para sociabilizar em estrangeiro (hehehe).

Mal ela desligou, ataquei: "do you like Bastille?"....

Pronto, consegui. A partir daí fomos a conversar sobre bandas e músicas e concertos. Ela tinha um sorriso muito meigo. Saiu em Dresden.

 

Entretanto a Autraliana via filmes no seu iPad e descalçou-se e começou a mexer nos pés com o máximo á vontade...! Que estranhos estes australianos. O eslovaco ia falando com toda a gente.

 

O pai ia inquieto e andava nos corredores de um lado para o outro. Quando dou conta estava em longa cavaqueira com o sujeito eslovaco. Não sei como, mas lá se entenderam. O inglês do pai não é brilhante, ele diz que fala Inglês com sotaque do Porto : "Do you understand me, ca@#$#&%/&"

 

Entretanto chegamos a Praga. Tudo escrito em Checo! E agora?! Fomos salvos pela simpatia extraordinária do Eslovaco, que nos acompanhou na Estação,  foi pedir um mapa e explico-nos direitinho como íamos para o local onde ficaríamos alojados. Chamava-se Mario. Fomos tomar um banho e ainda a tempo de dar uma volta pelo centro da cidade e comer alguma coisa.

Deparamos com uma cidade inundada de turistas. Alguns, pela algazarra distinguem-se da restante massa, são grupos de jovens em despedidas de solteiro, há-os aos montes. O meu pai disse-me que se algum dia um namorado meu ou noivo quiser vir a Praga, para eu acabar com ele na hora, que mais tarde vou entender porquê.

Fomos para a parte antiga da cidade, pelos vistos aquela onde se passa tudo.

Aí jantamos. Comemos comida Checa: "Kolena" e Sviekova", um dos pratos era pernil de porco assado e o outro uma carne meio guisada. Demos um salto de qualidade relativamente à cozinha germânica, mas ainda assim a cozinha checa não enche as medidas. O pai bebeu cerveja que achou muito boa. Pagamos em moeda Checa, a coroa .

 

Passeamos um pouquinho, mas ainda não sabemos grande coisa da cidade. Fomos a uma praça onde as pessoas se sentam no chão e há musica por todo o lado. Á nossa volta e no horizonte vislumbrámos as cúpulas de edifícios antigos e iluminados que aparentam ser palácios. Parece um cenário de um conto de fadas.

 

Amanhã vamos explorar Praga como deve ser. Agora vamos descansar.

 

Até já."

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