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Dia 9: "Está decidido, rumamos a Viena"

José e Francisca, pai e filha, escolheram o CM para relatar interrail pela Europa.

06 de agosto de 2015 às 11:28

Francisca Oliveira, 14 anos, e José Oliveira, 49 anos, estão a fazer um interrail pela Europa. E contam tudo no site do Correio da Manhã

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"Um dos critérios foi o das acessibilidades. Se escolhermos destinos menos usuais, deparamo-nos com a dificuldade das ligações e os longos tempos de viagem. Aqui temos de controlar o tempo, que é uma coisa escassa para quem quer tanto.

Vamos de espírito aberto. Resistimos sempre à tentação de ir ver opiniões e sugestões sobre os nossos destinos, para evitar ficarmos condicionados.

Saímos de Praga as 11.30h. A viagem duraria 5 horas e era direta, o que é sempre bom. Decorreu sem sobressaltos. A paisagem era agradável sem deslumbrar até chegarmos à Áustria.

Chegamos com ligeiro atraso a Viena. Eram quase 17h. Ainda fomos a tempo de deixar as coisas no local onde ficamos alojados e partir de metro para o centro da cidade. O metro de Viena é fantástico, muito fácil, muito pontual e confortável.

Fomos tranquilos pois um sujeito a quem perguntamos se a cidade era segura garantiu de uma forma verdadeiramente assertiva que sim.

Saímos mesmo ao pé da "Stephansdom," a Catedral de Viena (de Santo Estevão), um edifício antigo, imenso, alto, as torres afiadas e longas. É uma das referências de Viena.

Encontra-se no meio de uma praça que é o ponto onde vêm desembocar as principais ruas comerciais da cidade, a Mariahilfe Strasse, a Graben, Kärntner e Kolmarkt.

A cidade está completamente apinhada de turistas. Aliás, a Europa parece invadida por "hordas" de turistas, temos a ala dos vindos das Américas , com os brasileiros em grande número, depois os orientais munidos das inseparáveis máquinas de qualquer coisa, fotografar, filmar e sabe-se lá mais o quê... e depois os árabes que circulam com as suas "senhoras", algumas delas com "burca" negra, mais uma imensa prole, depois a ala dos indianos e ainda dos próprios europeus. Toda esta mola humana move-se de umas cidades para as outras, de forma que parece ordenada e estratégica…

Continuemos.... Entramos na Catedral que é muito bonita no seu interior, a altura dos tetos, os vitrais, um grande órgão antigo .

Cá fora um corrupio de clientes para dar uma voltinha nos "cavalinhos e nas charretes", que desfilavam pela praça numa fila comprida.

Eram já quase 19 horas e a esta hora restou-nos passear pelas cercanias e comer qualquer coisa.

Fomos por diversas vezes atacados por "impingidores" vestidos ao "tempo da valsa", tentando vender-nos bilhetes para espectáculos de música clássica.

Por ali, numa igreja nas redondezas onde entramos e por mera casualidade, ainda ouvimos o final de um concerto de música sacra, feita por jovens orientais

Pela amostra, já vimos que a operação "Viena" vai ser dura pois há muito para ver. Ao fundo da rua, num pequeno largo das traseiras de um dos museus da cidade, um grupo cordas (violoncelo), tocava algumas obras de música ligeira e pop.

A música, sempre a música. Para todo o lado que vamos há sempre arte e principalmente música, na rua. É fantástico.

Pelas 20h30 fomos comer por um dos restaurantes com esplanada, de que Viena está repleto.

Comemos um bife panado com um molhito e uma salada (Wiener schnitzel), que pelos vistos é típico de Viena.

O pai anda a fazer um "estudo" das cervejas dos países por onde passamos, mas calminha que não é um estudo exaustivo... eheheh

Disse que a cerveja é muito boa, mas a que tinha bebido em Praga era melhor. Já era de noite, mas em Viena está um calor enorme, seco, impossível deixar a Rua.

Existem torneiras de água fresquinha espalhadas e muito concorridas. Novamente a música. Desta vez, noutra das pracinhas por onde passamos, estava uma rapariga "chinesinha" (oriental) que, com o seu violino, tocava música clássica de uma maneira tão original. Ela contorcia-se, retorcia-se, agitando o arco vertiginosa e freneticamente e oferecia às pessoas que se iam juntando, música dos deuses. A menina tinha um ar tão frágil e um sorriso tão sensível e ia agradecendo as palmas dos privilegiados. Pela primeira vez vimos um artista de rua ter um "encore".

Fomos de metro para casa. Prometemos um ao outro sair cedinho amanhã de manhã.

Até já."

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