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Espaço: Marte vai ter de esperar

O turismo espacial é o próximo passo e está para breve. Bem diferente da conquista do planeta vermelho.

19 de março de 2020 às 01:30

Após a alunagem da Apollo XI em 1969 os projetos espaciais centraram-se nos satélites orbitais, nos observatórios astronómicos, Estações Espaciais e sondas interplanetárias. A NASA permitiu que 20 000 firmas e 200 universidades desenvolvessem capacidades no aeroespacial.

Até finais dos anos 80, passou-se dos projetos governamentais para satélites de telecomunicações, com firmas ou agências nacionais a venderem serviços espaciais. A ESA-ArianeSpace dominou os lançamentos até 2015. Teve competição da Rússia, da ULA – Boeing e Lockheed Martin, China e Índia.

Recentemente assistimos a duas mudanças: 1) Construir e lançar foguetões tornou-se exequível por uma única empresa; 2) O lançador reutilizável: o Falcon 9 da Space X (de Elon Musk) teve sucesso em 2013 e iniciou uma nova era. Em finais de 2015 o primeiro estágio regressava à Terra intacto.

O baixo custo dos seus lançamentos absorveu o mercado deixando em sobressalto a ESA e outras agências. Mesmo o novo Ariane 6, que será lançado em 2021, já está ‘obsoleto’ quando comparado com os Falcon 9 ou o Heavy do ano passado.

O grande projeto em curso teve um bom impulso com a administração Trump: colocar pessoas numa estação orbital lunar e um shuttle que irá à superfície. A NASA quase abandonou o lançador do seu Space Launch System, via ULA, porque a Space X tem demonstrado capacidade e concretização do projeto a 1/5 do custo. Mas estão incluídas umas dezenas de firmas, neste empreendimento.

Marte está nos objetivos desde que a NASA o prometeu em 1969: colocar lá pessoas em 1986! Já lá vai. Hoje, o lançador mais poderoso é o Falcon Heavy e só coloca 64 toneladas úteis em LEO. O Saturno V das Apollo conseguia 140 toneladas e isso só dava para levar 3 pessoas até à Lua. Ir para Marte exige algo muito mais poderoso, daí a NASA querer lançar a partir da Lua.

Ir à Lua são 3 dias e regressa-se quando se quiser, mas para Marte serão 6 a 8 meses de viagem e o regresso só se pode iniciar 24 meses depois, para ter os dois planetas devidamente colocados nas órbitas. O que não mudou nada desde 1969? O corpo humano e os seus problemas em sobreviver fora da Terra.

A quantidade de radiação dura (partículas cósmicas) recebida durante a viagem é comparável a trabalhar 10 anos numa central nuclear. O planeta é inóspito demais porque falta-lhe uma atmosfera densa, ozono e um campo magnético, que impedem os ultravioletas, a radiação cósmica e os meteoros de atingirem o solo. Por isso, a logística para levar pessoas é monumental. Lá chegaremos num futuro muito incerto e longínquo, mas antes disso veremos em breve o turismo espacial desenvolver-se em pleno.

PERFIL 

Rui Jorge Agostinho, doutorado em Astronomia pela Universidade da Carolina do Norte – Chapel Hill (nos Estados Unidos), é professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e astrónomo do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, de que foi fundador. Dirigiu o Observatório Astronómico de Lisboa, responsável pela manutenção e pelo serviço de distribuição da hora legal em Portugal. Foi um dos sócios - fundadores da Sociedade Portuguesa de Astronomia.

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