Acordo para coligação põe Iglesias como vice-primeiro-ministro do governo espanhol

PSOE e Podemos fecham em 48 horas o acordo que não conseguiram alcançar em seis meses.

13 de novembro de 2019 às 10:18
Pedro Sánchez e Pablo Iglesias Foto: Reuters
Pedro Sánchez e Pablo Iglesias Foto: Sergio Perez
Pedro Sánchez e Pablo Iglesias Foto: Sergio Perez
Pedro Sánchez e Pablo Iglesias Foto: Sergio Perez
Pedro Sánchez Pablo Iglesias

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Pedro Sánchez e Pablo Iglesias anunciaram esta terça-feira a formação de um "governo de coligação progressista" em Espanha, fechando em menos de 48 horas um acordo que não tinham conseguido alcançar durante seis meses. O líder do Unidas Podemos será vice-primeiro-ministro do próximo governo, cuja investidura continua, no entanto, a depender do apoio dos pequenos partidos e da abstenção dos independentistas catalães.

Iglesias mostrou ter razão quando afirmou durante a campanha que "as coisas importantes nem sempre se conseguem à primeira". Durante meses, Sánchez levantou obstáculos a negociar uma coligação formal com o Podemos e chegou a vetar a entrada de Iglesias no governo.

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Pelo caminho, ambos os partidos perderam votos e viram a extrema-direita mais do que duplicar o número de deputados. Incentivos mais do que suficientes para Sánchez e Iglesias esquecerem agora as desavenças do passado e assinarem um acordo de coligação em tempo recorde, selado com um forte abraço que há semanas seria impensável.

O acordo entre o PSOE e o Unidas Podemos não basta, no entanto, para resolver o bloqueio político em Espanha. Somados, os dois partidos têm apenas 155 deputados no parlamento, ainda longe dos 176 necessários para a maioria. Mesmo com o apoio previsível dos 13 deputados de partidos pequenos como o Más País, PNV, Bloco Nacionalista Galego, Partido Regionalista da Cantábria e Teruel Existe ainda ficarão a faltar oito votos para a maioria, o que afasta a possibilidade de uma investidura na primeira votação.

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Precisariam, então de pelos menos 15 abstenções na segunda votação para assegurar uma maioria simples, o que deixa o futuro governo nas mãos dos independentistas catalães da ERC (13 deputados) e dos nacionalistas bascos do EH Bildu (5 deputados).

Parlamento catalão desafia Tribunal Constitucional

O parlamento da Catalunha aprovou esta terça-feira uma moção em que expressa a "vontade de exercer de forma concreta o direito à autodeterminação e respeitar a vontade do povo catalão", num claro desafio ao Tribunal Constitucional espanhol, que tinha advertido o presidente do parlamento, Roger Torrent, e os dirigentes parlamentares de que poderiam incorrer no crime de desobediência. A moção aprovada pelo parlamento foi imediatamente suspensa pelo Constitucional.

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Independentistas cortam fronteiras com França

A polícia francesa desalojou esta terça-feira de manhã os manifestantes independentistas catalães que na véspera cortaram a fronteira de La Jonquera, prendendo pelo menos 20 pessoas. Pouco tempo depois, novos bloqueios formaram-se na fronteira de Irún, no País Basco, e na autoestrada AP7 em Girona, Catalunha, em resposta a um apelo do movimento independentista Tsunami Democràtic.

PORMENORES

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1936

foi o ano em que foi fundada a Frente Popular, coligação que juntava o PSOE e outros partidos de esquerda incluindo o Partido Comunista, cujo sucessor, a Esquerda Unida, é aliada do Podemos na coligação Unidas Podemos.

Geringonça informal

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O Podemos ajudou o PSOE a derrubar Rajoy em 2016 e apoiou a investidura de Pedro Sánchez, sustentando o governo socialista no parlamento durante 9 meses. Em abril deste ano, Sánchez recusou uma coligação formal com o Podemos.

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