Aprovação a Lula cai 10 pontos em dois meses na região do Brasil onde sempre predominou
Nordeste foi a única região do Brasil onde Lula conseguiu superar o adversário, Jair Bolsonaro.
No curto espaço de somente dois meses, entre abril e junho, a aprovação ao presidente Lula da Silva no Nordeste do Brasil, onde o presidente brasileiro predomina há décadas sobre qualquer outro político, caiu 10 pontos, revelou uma sondagem divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Ipec.
A queda de popularidade de Lula nos estados do Nordeste chama a atenção por ser muito acima da queda nacional no mesmo período, que foi em média de 2 pontos, e por ser o principal reduto eleitoral do veterano político.
Segundo o IPEC, a aprovação a Lula nos nove estados do Nordeste do Brasil está este mês, de junho, em 45%, a maior aprovação que o presidente alcançou em todo o país. Mas, há dois meses atrás, no levantamento do IPEC realizado em abril, a fatia dos que consideraram o governo Lula "Bom" ou "Ótimo" foi muito superior, de 55%.
Nas presidenciais de outubro do ano passado, o Nordeste foi a única região do Brasil onde Lula conseguiu superar o adversário, Jair Bolsonaro. Mas a vantagem nesses estados foi tão grande, chegando a 80% em alguns casos, que Lula conseguiu ser eleito, embora por pouco mais de dois milhões de votos num universo de mais de 150 milhões de eleitores.
A nível nacional, avança a sondagem IPEC agora divulgada, a queda de aprovação a Lula também ocorreu, mas foi mais discreta.
De acordo com o instituto, a aprovação ao presidente na média nacional é atualmente de 37%, dois pontos a menos do que em abril, quando era de 39%, mesmo assim a menor de igual período (seis meses) nos seus três mandatos.
A desaprovação ao presidente, que se tem mostrado estranhamente alheado do governo e do país e sofrido derrotas sucessivas no Congresso, fortemente conservador, ocorreu em média na mesma proporção da aprovação nacional. Lula é hoje rejeitado por 28% dos brasileiros, contra 26% que o desaprovavam em abril.
Só nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde Jair Bolsonaro conseguiu uma votação avassaladora em outubro, é que a rejeição a Lula disparou nestes últimos dois meses. Subiu de 21% em abril para 33% agora.
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