Ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro hostilizado na cidade onde já foi herói

Moro foi vaiado e ouviu gritos de repúdio ao passear pela Feira do Juvevê, um dos eventos mais populares da cidade.

Sérgio Moro Foto: LUSA
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O ex-juiz Sérgio Moro, que comandou com mão de ferro a operação anti-corrupção Lava Jato, que mandou prender o antigo presidente Lula da Silva e que depois foi chamado para ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, cargo que ocupou durante um ano, foi hostilizado este fim de semana nas ruas de Curitiba, capital do estado do Paraná, onde ficou mundialmente conhecido como magistrado que lutava contra poderosos acusados de irregularidades. Moro, muito constrangido, foi vaiado e ouviu gritos de repúdio ao passear pela Feira do Juvevê, um dos eventos mais populares da cidade onde em outros tempos já foi um herói.

Sérgio Moro ouviu apupos e gritos para abandonar a cidade, principalmente para ir morar em São Paulo, por onde tentou em vão ser candidato ao Senado, ignorando Curitiba, a cidade onde fez carreira e fama. Muito ambicioso, Moro tentou ser primeiramente candidato a presidente e depois a senador por São Paulo, o mais populoso e rico estado do Brasil, mudando o local de residência para a capital paulista, mas a justiça eleitoral descobriu que essa mudança na verdade era falsa, já que o ex-juiz tinha dado como morada o endereço de um hotel onde costuma ficar quando visita a cidade, e proibiu que ele se candidatasse por esse círculo eleitoral.

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Retornando a Curitiba contra vontade, Sérgio Moro voltou a tentar ser candidato à presidência, mas foi impedido pelo próprio partido, o União Brasil. Recusou ser candidato a deputado, cargo que ele considera menor. Moro lançou-se então a candidato a senador, passando a ser adversário do homem que lhe abriu as portas para a política, o senador Álvaro Dias, que concorre à reeleição, e desagradando com isso também a ex-aliados.

Até há pouco mais de um ano considerado um símbolo de integridade e da ética, um nome cobiçado por quase todos os partidos, Moro é atualemente detestado por diversos quadrantes pelos muitos erros que cometeu desde que entrou na política e até como magistrado. Sabe-se, foi declarado pelo Supremo Tribunal Federal, que forjou provas e agiu com parcialidade para prender e condenar Lula da Silva e outros políticos e empresários de renome, desagradou ao seu primeiro partido, o Podemos, ao deixar a entidade sem avisar ninguém, tendo os líderes da organização política sabido dessa deserção pela imprensa, transformou-se em vilão para os apoiadores de Jair Bolsonaro ao romper com este fazendo denúncias contra o governo, e a sua conhecida antipatia e ambição desmedida têm-lhe causado atritos até dentro do seu novo partido.

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