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Ex-juiz da Operação Lava Jato Sérgio Moro anuncia candidatura ao Senado brasileiro

Moro declara guerra ao até agora seu amigo e padrinho político, o senador Álvaro Dias, do partido Podemos.

12 de julho de 2022 às 18:12

O ex-juiz Sérgio Moro, que durante anos comandou a operação anti-corrupção Lava Jato e entre 2019 e 2020 foi ministro da Justiça e Segurança Pública do governo do presidente Jair Bolsonaro, anunciou esta terça-feira a candidatura ao Senado brasileiro. Vai disputar a vaga pelo estado do Paraná, em cuja capital, Curitiba, fez o anúncio, e onde fez fama no comando da operação que mandou para a cadeia nomes de peso da política e do mundo empresarial, como o ex-presidente Lula da Silva e o ex-presidente da mega-constructora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, ambos já libertados.

Ao anunciar a sua candidatura, Moro declara guerra ao até agora seu amigo e padrinho político, o senador Álvaro Dias, do partido Podemos, que o chamou para o mundo da política, apadrinhou a sua filiação ao partido e o apoiava para ser candidato a presidente do Brasil. Depois de protagonizar inúmeras confusões dentro do Podemos, Moro foi convidado a sair e filiou-se ao União Brasil, onde também tentou ser indicado candidato presidencial.

Além do seu novo partido também ter vetado a sua candidatura à presidência, Sério Moro ainda sofreu outro revés, quando a justiça eleitoral do estado de São Paulo, por onde pretendia lançar-se a presidente do Brasil, impediu que ele fosse candidato nesse estado. A justiça descobriu que Moro, que nasceu e sempre viveu no Paraná, no sul do Brasil, mas tinha informado ter mudado para São Paulo, deu como morada um hotel onde costuma hospedar-se, e onde, na verdade, não vivia.

Voltando para o Paraná, o antigo magistrado insistiu na candidatura presidencial mas o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, impediu e ofereceu-lhe uma candidatura a deputado. O ambicioso ex-juiz não aceitou e acabou por anunciar esta terça a sua candidatura ao Senado contra Álvaro Dias, que tenta a reeleição.

No anúncio da candidatura, Sérgio Moro afirmou que a sua carreira como juiz e como ministro da Justiça o credencia ao Senado. Ele chegou a exibir num ecrã gigante uma foto de Marcelo Odebrecht, citando o empresário como um exemplo da sua luta contra a corrupção, o que os seus críticos dizem ser o único tema sobre o qual sabe falar e a única proposta que tem para o país

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