Impasse à Esquerda trava novo governo em Espanha

Sánchez não consegue maioria para nova investidura e continua com governo interino.

16 de setembro de 2019 às 08:15
Pedro Sánchez e Pablo Iglesias Foto: Reuters
Pedro Sánchez Foto: Reuters
Pedro Sánchez Foto: Reuters

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Quase cinco meses após as eleições legislativas de 28 de abril, Espanha continua sem novo governo. Pedro Sánchez é o presidente do executivo em funções, mas ainda não conseguiu nova investidura porque não tem uma maioria no congresso dos deputados. O Partido Socialista (PSOE) foi o mais votado, mas longe da maioria absoluta. Sánchez conta com 123 dos 350 deputados e sem interesse de coligações à Direita precisa do apoio do Unidas Podemos.

O impasse nas negociações tem um nome: Pablo Iglesias. Os socialistas querem apoio parlamentar à Esquerda, mas não querem ministros da formação, muito menos o líder do Podemos (partido parecido com o português Bloco de Esquerda, que nas eleições concorreu com a antiga Esquerda Unida, a coligação liderada pelo Partido Comunista Espanhol).

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No arrastar das negociações, os socialistas já ofereceram várias soluções, sendo que uma delas era a indicação de ministros próximos do Podemos, mas não dos dirigentes. Pablo Iglesias resiste em dar aval ao governo minoritário socialista, o que em Espanha já se chamou a "solução portuguesa", por causa do governo da geringonça. O Podemos quer fazer parte efetiva do governo.

Esta segunda-feira há negociações decisivas entre o PSOE e o Unidas Podemos. Entretanto, o rei Felipe VI começa a ouvir os partidos com representação parlamentar e terça-feira estão marcadas audiências com o atual chefe de governo e com Pablo Iglesias. Caso não haja acordo à Esquerda, o impasse será resolvido com a marcação de novas eleições legislativas a 10 de novembro. A fadiga eleitoral dos espanhóis é um dos riscos de nova chamada às urnas.

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Nas sondagens o PSOE continua com vantagem, mas os riscos são elevados. Se houver marcação de novas eleições, Espanha enfrenta os próximos desafios com um governo de gestão.

Entre eles está a possibilidade de um Brexit sem acordo, uma questão fundamental para toda a Europa, mas que no caso espanhol tem a particularidade de reacender o conflito diplomático com os britânicos sobre Gibraltar.

PORMENORES

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PSOE lidera sondagens

Os socialistas espanhóis surgem na frente das sondagens, que também apontam para um decréscimo dos Cidadãos, partido centrista que foi dos que mais conquistaram votos nas últimas legislativas.

Extrema-direita

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A fragmentação do voto que anteriormente privilegiava o Partido Popular permitiu a entrada de um movimento de extrema-direita no parlamento espanhol nas últimas legislativas. O Vox conseguiu 10,3% dos votos e elegeu 24 deputados.

Economia e Catalunha

Os sinais financeiros apontam para um abrandamento económico. Mas não é só nessa frente que há nuvens negras. A questão catalã, com líderes independentistas detidos, continua a ser uma ferida aberta na política espanhola.

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