Irão restringe WhatsApp e Instagram para tentar controlar manifestações contra morte de jovem
Morte de Mahsa Amini, sob custódia policial, é causa dos protestos.
Durante a tarde desta quarta-feira, duas das aplicações mais utilizadas no mundo, Whatsapp e Instagram, foram censurados na Internet iraniana. Os utilizadores iranianos relataram problemas online, na altura em que a polícia começou a usar munições reais para dispersar os manifestantes.
As manifestações diurnas, nas principais universidades do Irão, deram lugar a motins de rua à noite, no centro de pelo menos 30 cidades, refere o jornal espanhol El Mundo. Esta quinta-feira assinala-se o sexto dia consecutivo de manifestações.
O slogan "mulher, vida, liberdade" ecoou mais uma vez através das manifestações de centenas de iranianos, de diferentes meios de vida e classes sociais, que partilham a indignação pela morte de Mahsa Amini.
Mahsa, uma jovem de 22 anos, morreu após ter sido agredida pela polícia por não usar hijab. Testemunhas asseguram que Masha Amini foi espancada dentro de uma viatura da polícia em Teerão, no Irão, esta terça-feira.
As autoridades negam as acusações e afirmam que a jovem sofreu um problema cardíaco. A família garante que Amini era uma jovem saudável.
O caso de Mahsa causou consternação e muitos cidadãos estão a expressar a sua indignação nos órgãos de comunicação social, queixando-se da atuação da polícia, que tem reprimido as mulheres.
As redes sociais também foram invadidas por vídeos que demonstram agentes a deter mulheres por não cumprirem com a vestimenta.
Os iranianos têm culpado o líder supremo do Irão, Ali Khamenei que divulgou, nos órgãos de comunicação social, um discurso onde legitima o papel da polícia e da sua importância no controlo das regras do código vestuário islâmico.
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