Mais de 100 pessoas diagnosticadas em Espanha com linfoma raro associado a implantes mamários
Há registo de quatro mortes.
A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde revelou, recentemente, a confirmação de 102 casos de um linfoma anaplásico de células grandes associado aos implantes mamários. No total, foram registadas quatro mortes e 137 casos suspeitos, cita o El Español.
A mesma fonte avança que, após a remoção da cápsula periprotésica e dos implantes, a maioria dos casos deste linfoma raro teve uma evolução clínica benigna. No entanto, houve casos que precisaram de tratamento associado, mediante o estado clínico.
No relatório, a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde deixa claro que "os implantes mamários não são produtos para toda a vida e podem exigir a sua substituição ao longo do tempo. Por conseguinte, é fundamental que as pessoas que se submetem a uma cirurgia de implantes mamários sejam devidamente informadas e aconselhadas antes de tomarem uma decisão".
Os casos deste linfoma raro estão mais associados a implantes mamários com concha texturada. Dos 102 casos confirmados, 88 envolviam próteses com revestimento texturado, 2 eram de poliuretano e em 12 casos o tipo de revestimento era desconhecido.
Os dados revelados no relatório citado pelo El Español indicam que 23 dos 102 casos confirmados, o recurso a implantes mamários esteve relacionado com a reconstrução após mastectomia - cirurgia de remoção total ou parcial da mama. Em 43 casos, as razões foram apenas estéticas.
Até ao ano de 2024, foi em Madrid que existiu o maior número de casos, 24 confirmados num total de 35 registados. A comunidade de Andaluzia foi a segunda com mais casos, 15 confirmados de um total de 22 suspeitos.
O que é o Linfoma Anaplásico de Células Grandes - BIA-ALCL
O Linfoma Anaplásico de Células Grandes (BIA-ALCL) é um tipo de cancro raro, que se manifesta na mama e está associado aos implantes mamários. Segundo o Infarmed, um edema ou inchaço da mama são os primeiros sinais da doença que pode verificar-se entre o ano 1.º e 37.º após a operação de colocação dos implantes. A mesma é provocada pela acumulação de líquidos em torno do implante. O tratamento passa, geralmente, pela remoção do implante e da cápsula - tecido fibroso formado ao redor do implante.
De acordo com o Infarmed, cerca de 95% dos casos ocorre entre os 3.º e 14.º anos após o implante. Por cada 100 mil pessoas que tenham implantes mamários, 1000 serão diagnosticados com o BIA-ALCL.
Este tipo de cancro pode desenvolver-se independentemente do motivo que o levou a fazer a cirurgia de implante mamário.
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