ONU preocupada com violência eleitoral no Brasil
Apoiantes de Bolsonaro acusados de atacarem mulheres, homossexuais e rivais políticos.
As Nações Unidas manifestaram a sua preocupação e condenação face aos atos de violência e intolerância registados na campanha para as eleições presidenciais do Brasil. Ravina Shamdanasi, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, exigiu a abertura de uma investigação imediata e imparcial a todos os atos violentos já denunciados, cometidos, na sua maioria, por apoiantes do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro.
"O discurso violento e inflamado durante a campanha, particularmente contra pessoas LGBTI, mulheres, afrodescendentes e pessoas com diferentes visões políticas, é profundamente preocupante", considerou Ravina. A porta-voz apelou ainda aos líderes políticos e a "todos aqueles que tenham influência" para que condenem esses atos.
Desde domingo passado, quando Bolsonaro venceu a primeira volta das presidenciais, apoiantes seus têm atacado nas ruas de todo o Brasil mulheres, homossexuais, negros e transeuntes que usem algum tipo de propaganda contra ele, e um homem que disse ter votado no adversário, Fernando Haddad, foi assassinado à facada.
Um balanço da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo, mostra que denúncias e comentários sobre atos de violência explodiram nas redes sociais desde que Bolsonaro venceu. Em apenas cinco dias, foram 2,7 milhões de posts contra 1,1 milhões registados nos 30 dias anteriores.
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