Rússia exige provas do seu envolvimento no ataque a ex-espião no Reino Unido
Portugal condena envenenamento de Serguei Skripal e pede que os responsáveis sejam punidos.
A Rússia avisou esta quarta-feira que "não admite as acusações sem provas" e os ultimatos de Londres, que exige explicações de Moscovo sobre o envenenamento do ex-espião Serguei Skripal em Inglaterra.
"Moscovo não admite as acusações sem provas e não verificadas e a linguagem dos ultimatos", disse em conferência de imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, acrescentando que a Rússia "espera que o bom senso prevaleça".
A Rússia, insistiu, "não tem qualquer relação com o que se passou na Grã-Bretanha".
Portugal condena ataque e diz que autores devem ser responsabilizados
O Governo português condenou esta quarta-feira "veementemente" a tentativa de assassinato de um ex-espião russo e da sua filha, no Reino Unido, que classificou como "um ato absolutamente inaceitável" e cujos autores "devem ser responsabilizados".
Num comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), o executivo português "condena veementemente a tentativa de assassinato de dois cidadãos russos no seu território com o uso de um agente neurotóxico de elevada sofisticação".
O ex-espião Serguei Skripal, de 66 anos, e a filha Yulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes no dia 04 de março, num banco num centro comercial em Salisbury, no sul de Inglaterra.
"Trata-se de um ato absolutamente inaceitável em qualquer circunstância e em total desrespeito pelas leis internacionais e pelo qual os seus autores devem ser responsabilizados", sustenta o Governo português.
Na nota, Lisboa expressa ainda a sua "forte solidariedade para com o Reino Unido, país amigo e aliado".
Esta segunda-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou ser "muito provável que a Rússia seja responsável" pelo envenenamento do ex-espião russo e da filha, justificando que a substância utilizada, que ataca o sistema nervoso, é "de qualidade militar" desenvolvida pela Rússia.
Moscovo já negou qualquer responsabilidade e solicitou ao Governo britânico a abertura de um "inquérito conjunto" sobre o caso.
O incidente mereceu a condenação de vários líderes mundiais, incluindo o Presidente norte-americano, Donald Trump, a chanceler alemã, Angela Merkel, ou do chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, bem como do secretário-geral da NATO, de responsáveis da União Europeia e da Organização para a Interdição de Armas Químicas.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt