Sauditas dispostos a "investigação transparente" sobre Khashoggi

Desaparecimento do jornalista aumentou a pressão sobre o reino por parte da comunidade internacional.

16 de outubro de 2018 às 16:11
O Jornalista Jamal Khashoggi Foto: Direitos Reservados
Jamal Khashoggi Foto: EPA

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O rei saudita, Salman bin Abdelaziz, comunicou esta terça-feira ao secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, o compromisso de fazer uma investigação "completa, transparente e oportuna" sobre o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, indicou o Departamento de Estado.

A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, escreveu na rede social Twitter que Pompeo agradeceu ao rei Salman a conversa que mantiveram esta terça-feira em Riad sobre assuntos regionais e bilaterais e o seu "compromisso de apoiar uma investigação completa, transparente e oportuna" sobre o desaparecimento de Khashoggi.

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O jornalista, ex-diretor-geral do grupo de comunicação Al-Arab Media Group e colunista do diário norte-americano The Washington Post, desapareceu há duas semanas depois de ter entrado no consulado da Arábia Saudita em Istambul.

As investigações na Turquia apontam para que Khashoggi, exilado desde 2017, tenha sido assassinado no interior do consulado saudita, o que as autoridades do país rejeitam.

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Pompeo chegou esta terça-feira à Arábia Saudita, enviado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para abordar o assunto diretamente com as autoridades sauditas.

Embora inicialmente Trump se tenha mostrado muito duro com o Governo saudita pela ausência de uma resposta convincente sobre o paradeiro do jornalista, na segunda-feira começou a baixar o tom, sublinhando que, numa conversa que teve com o monarca, este lhe negou ter tido conhecimento desse assunto.

E lançou também a ideia de que Khashoggi possa ter sido vítima de "assassinos por conta própria".

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Na reunião desta terça-feira, o rei Salman esteve rodeado da sua cúpula de Governo: o príncipe saudita e ministro do Interior, Abdulaziz bin Saud bin-Nayef, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Adel al-Yubeir, e Khaled bin Salman, irmão do príncipe herdeiro e embaixador saudita em Washington.

O desaparecimento do jornalista, crítico moderado do regime saudita, aumentou a pressão sobre o reino por parte da comunidade internacional.

Vários órgãos de comunicação decidiram boicotar um importante fórum para investidores que está previsto realizar-se na Arábia Saudita entre 23 e 25 de outubro, uma decisão secundada por executivos de várias multinacionais.

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A Arábia Saudita só recebeu o tradicional apoio de países árabes como o Egito, a Jordânia e o Sudão.

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