Vitória de partido pró UE na Moldávia é "forte mandato" para adesão, diz presidente

"Mostrámos ao mundo inteiro que somos corajosos e dignos, que não fomos intimidados", avançou Maia Sandu.

29 de setembro de 2025 às 13:31
Moldavos votam nas eleições legislativas, em Chisinau Foto: AP Photo/Vadim Ghirda
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A vitória de domingo do partido pró-europeu PAS nas eleições legislativas da Moldávia constitui "um forte mandato para o processo de adesão" do país à União Europeia (UE), afirmou esta segunda-feira a Presidente, Maia Sandu.

"Mostrámos ao mundo inteiro que somos corajosos e dignos, que não fomos intimidados", avançou em conferência de imprensa, referindo-se às acusações de interferência russa na eleição.

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O Partido de Ação e Solidariedade (PAS), o partido pró-europeu moldavo da Presidente, venceu com mais de 50% dos votos, e deverá manter a maioria absoluta no parlamento, segundo resultados oficiais após a contagem de 99,5% dos votos.

No poder desde 2021, o PAS obteve 50,03% dos votos, à frente do Bloco Patriótico pró-Rússia, com 24,26% dos votos escrutinados, de acordo com os resultados publicados pela Comissão Eleitoral Central no seu portal na internet.

De acordo com as projeções, o PAS poderá manter a maioria absoluta no Parlamento, com 55 dos 101 assentos. Na legislatura anterior, detinha 63 assentos.

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O partido está à frente do Bloco Patriótico, pró-Rússia, que obteve 24,26% dos votos e cujo líder, o ex-Presidente Igor Dodon (2016-2020), reivindicou a vitória e convocou para hoje uma manifestação na capital, Chisinau.

O dia das eleições foi marcado por uma série de incidentes, que foram desde ameaças de bomba em várias mesas de voto no estrangeiro a ataques cibernéticos às infraestruturas eleitorais e governamentais, passando por eleitores a fotografar os seus boletins de voto e alguns a serem transportados ilegalmente para as mesas de voto.

Três pessoas foram detidas, suspeitas de conspirar para causar distúrbios após a votação.

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O PAS fez campanha com o compromisso de continuar o caminho da Moldávia para a adesão à União Europeia, assinando um tratado de adesão ao bloco dos 27 até 2028, duplicando os rendimentos, modernizando as infraestruturas e combatendo a corrupção.

Também a UE se congratulou hoje por a Moldávia ter escolhido "um futuro europeu" em vez da "ingerência russa" nas eleições legislativas.

"O povo da Moldávia falou e a sua mensagem foi bastante clara. Escolheram a democracia, a reforma e um futuro europeu em vez da pressão e interferência russas", sublinhou o presidente do Conselho Europeu, António Costa, numa mensagem publicada nas redes sociais.

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"A UE está com a Moldávia. A cada passo", acrescentou.

"Moldávia, conseguiram outra vez. Nenhuma tentativa de semear o medo ou a divisão foi capaz de quebrar a vossa determinação", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também nas redes sociais.

Para a presidente da Comissão, o país tornou clara a sua escolha: "Europa. Democracia. Liberdade", disse, realçando que a porta da UE "está aberta" e que os 27 vão acompanhar o país "a cada passo do caminho".

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