Votação do Brexit adiada para janeiro
Bruxelas recusa reabrir negociações e pede a May para explicar o que pretende.
O governo britânico anunciou esta quinta-feira que a votação do acordo do Brexit no Parlamento não ocorrerá antes de 7 de janeiro devido às férias de Natal, dando espaço de manobra à primeira-ministra Theresa May para tentar obter novas concessões dos parceiros europeus na questão da salvaguarda norte-irlandesa.
No entanto, estes não sabem muito bem o que fazer para tranquilizar os divididos deputados britânicos, tendo ontem pedido a May para esclarecer o que pretende dos 27. Uma coisa é certa: as negociações do Brexit não serão reabertas.
May foi ontem recebida de forma calorosa em Bruxelas, menos de 24 horas após vencer a disputa interna pela liderança do Partido Conservador, mas os avisos não tardaram.
"Não podemos reabrir o acordo legal que foi assinado, não podemos renegociar aquilo que foi negociado durante vários meses", caucionou o PR francês Emmanuel Macron, acrescentando: "Cabe a Theresa May dizer-nos que solução política espera encontrar para garantir que o acordo é aprovado."
O chanceler austríaco Sebastian Kurz foi mais direto: "É difícil saber o que devemos oferecer a May porque não sabemos o que é preciso para ela vencer os seus oponentes", afirmou.
May reconheceu à chegada a Bruxelas que não espera "cedências imediatas" dos 27, mas mostrou vontade de "avançar depressa" para obter as "garantias necessárias", embora sem explicar quais são essas garantias.
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