"O planeta não pode esperar", dizia um dos cartazes exibidos enquanto as delegações entravam no centro de convenções.
Delegações de cerca de 70 países, incluindo Portugal, estão, esta segunda-feira, reunidas em Brasília em busca de consensos sobre financiamento do combate às alterações climáticas a um mês da conferência da ONU sobre o clima, entendida como decisiva.
"Estamos comprometidos e esperamos o comprometimento da comunidade internacional", disse o vice-Presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, na sessão de abertura da "Pré-COP30", que acontece em Brasília a menos de um mês da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que terá lugar na cidade de Belém, na Amazónia brasileira, a partir de 10 de novembro.
O governante brasileiro instou as delegações a apresentarem as NDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas), uma semana depois do presidente da COP30, André Corrêa do Lago, ter admitido "frustração" com o ritmo da entrega das metas que os países se comprometem a atingir.
"A apresentação pelos Governos de NDC alinhadas ao objetivo de (contenção do aquecimento global) 1,5°C do Acordo em Paris é sinal decisivo do seu compromisso com o combate à mudança do clima e o reforço do multilateralismo", afirmou Alckmin, em representação do chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, que se encontra em Roma.
Embora o prazo inicial tenha terminado em fevereiro, apenas 62 países apresentaram as suas NDC até agora, segundo a presidência da COP30. Estados Unidos, Índia e União Europeia ainda não apresentaram as suas metas.
Apesar disso, a presidência brasileira da COP30 mantém certo otimismo, afirmando que, segundo a ONU, outros 60 países deverão apresentar os seus objetivos antes da cimeira de Belém.
Na abertura da Pré-COP30, o presidente da COP29, realizada em Bacu, Mukhtar Babayev, apelou para que os debates sirvam para "enviar sinais claros para a implementação das decisões financeiras" adotadas no ano passado na capital do Azerbaijão, relativas ao apoio aos países em desenvolvimento que preservem as suas florestas.
Na COP29 os países mais ricos comprometeram-se a contribuir com 300 mil milhões de dólares anuais, três vezes mais do que o decidido até então --- montante que nunca chegou a ser desembolsado, o que tem sido alvo de críticas constantes por parte de Lula da Silva.
O secretário executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, Simon Stiell, pediu às delegações para irem "muito além do que têm discutido até agora".
"Falta muito pouco para Belém e a partir de agora cada dia e cada hora contam", frisou.
A ministra portuguesa do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, está presente na reunião, estando a coordenar um grupo de países sobre o tema transição justa.
Em declarações à Lusa no fim de semana, Maria da Graça Carvalho considerou a COP30 decisiva e disse que a falta de um acordo global seria "muito mau sinal".
O objetivo da Pré-COP30, que termina na terça-feira, é desatar os nós persistentes nas negociações, os mesmos que travam as discussões há décadas.
O primeiro desafio é resolver a questão do financiamento do combate às alterações climáticas e a transição energética nos países mais pobres, que possuem vastas reservas naturais, mas carecem de recursos para enfrentar o aquecimento global.
Dez anos após o Acordo de Paris, os compromissos de financiamento assumidos pelos países mais desenvolvidos ainda não foram plenamente cumpridos, e a atual crise do sistema multilateral surge como novo obstáculo.
O início desta reunião, esta segunda-feira, em Brasília foi ainda marcada por uma manifestação de cerca de uma dezena de ativistas da organização ambientalista internacional Greenpeace que também exigiram celeridade nas negociações.
"O planeta não pode esperar", dizia um dos cartazes exibidos enquanto as delegações entravam no centro de convenções.
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