Dia de protestos pró e contra Lula e Dilma.
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O Brasil vive este domingo um dia de alta tensão por causa de manifestações contra e a favor da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula da Silva, marcadas para mais de uma centena de cidades. Líderes da oposição e a própria presidente têm repetido apelos para que as manifestações decorram sem violência, mas o clima de apreensão é muito grande entre os principais líderes partidários, de ambos os lados, e as autoridades.
Inicialmente, o dia seria apenas de manifestações contra Dilma e o governo e para pressionar o avanço do processo de destituição que tramita contra a chefe de Estado no Congresso, o que não trazia grande preocupação em termos de segurança, pois atos desse tipo costumam ser pacíficos. O problema é que os últimos acontecimentos relativos à Operação Lava Jato, que investiga o desvio de cerca de 10 mil milhões de euros da petrolífera Petrobrás, atingiram em cheio o ex-presidente Lula da Silva, que chegou a ser levado de casa à força pela polícia com autorização judicial para prestar um depoimento a que há muito se eximia.
Percebendo que o maior líder da esquerda corre risco de ir parar de vez atrás das grades por corrupção, e inflamados pelo próprio Lula, que afirmou que se quisessem destruí-lo politicamente teriam que o enfrentar nas ruas, o Partido dos Trabalhadores, centrais sindicais ligadas ao partido e movimentos sociais radicais, como os Sem Terra e os Sem Tecto, decidiram reagir e partir para o tudo ou nada.
Manifestações para defesa de Lula e contra a destituição de Dilma foram então marcadas para as mesmas cidades onde a oposição já tinha marcado as suas, em vários casos, como em São Paulo, para horários e locais muito próximos uns aos outros.
Ao perceber que em algumas cidades – principalmente na capital paulista, onde a oposição tem realizado gigantescos atos anti-Dilma e anti-Lula – poderiam ocorrer banhos de sangue, o Partido dos Trabalhadores recuou e pediu aos seus militantes que não fossem às ruas neste domingo e sim no próximo, dia 20. Mas o apelo não surtiu grande efeito e, mostrando que querem realmente ir para as ruas e defender Lula a qualquer custo, com armas se for preciso, como chegou a afirmar o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), boa parte dos diretórios do partido manteve os atos para este domingo, transformando-os, em alguns casos e para disfarçar o seu conteúdo político e de hostilidade, em supostos Coletivos Culturais.
O receio de confrontos por todo o país fez com que a presidente Dilma Rousseff criasse um gabinete de crise e vários ministros vão ficar reunidos o dia inteiro em Brasília, analisando os atos pró e contra do governo em cada região. Forças de segurança especiais estão de prevenção em vários estados, para agirem em caso de necessidade, enquanto a polícia acionou um grande efetivo para colocar preventivamente nas ruas e tentar manter o controlo da situação.
Mas os ânimos estão profundamente exaltados, a ponto de cidadãos comuns se confrontarem fisicamente nas ruas por qualquer pretexto relativo à política e mesmo em ambientes onde foram para se divertir. Durante o show da lendária banda Rolling Stones em São Paulo, por exemplo, no fim de semana passado, houve confronto entre fãs que exibiam autocolantes pró e contra Dilma, o mesmo tendo ocorrido nos últimos dias em estádios durante partidas de futebol.
No dia em que Lula foi conduzido à força para depor numa sala da polícia isolada no interior do Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, que se imaginou poder manter-se em segredo, o local, assim que descoberto, foi cercado por uma multidão de pessoas exigindo a prisão do antigo presidente. Em poucos minutos, outra multidão, muito mais agressiva, formada por militantes pró-Lula, correu para o local e fez um cordão humano para impedir a manifestação contrária e a aproximação ao ex-presidente, tendo havido confrontos por mais de duas horas, não obstante os esforços da polícia para separar os dois grupos.
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